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Uma equipa de investigadores da Escola Superior Agrária de Viseu (ESAV) revelou ter desenvolvido uma abordagem considerada “pioneira” em ingredientes naturais para a alimentação animal, um projeto que já mereceu um prémio no último Congresso Nacional de Zootecnia. A investigação explorou o uso de compostos derivados da resina de pinheiro, melhorando a qualidade nutricional da carne consumida pelas aves.
O projeto BioFeed “Antimicrobianos de base natural na alimentação de aves para melhorar o desempenho e saúde animal” conta com o financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia e tem como objetivo encontrar alternativas eficazes aos antibióticos que possam melhorar a saúde e o desempenho dos animais.
Citada em comunicado do Instituto Politécnico de Viseu, a investigadora principal do projeto, Cláudia Neves, explica que, durante anos, a produção animal intensiva utilizou antibióticos como promotores de crescimento, mas o seu uso abusivo levou à proibição na União Europeia “devido a questões relacionadas com a resistência antimicrobiana e possível impacto na saúde humana”.
Apesar da interdição, cerca de 40 países ainda recorrem aos antibióticos. Com a necessidade de encontrar alternativas mais seguras e sustentáveis, o projeto da ESAV focou-se na exploração de compostos naturais presentes na colofónia, um produto proveniente da destilação da resina de pinheiro.
Os investigadores fizeram um ensaio experimental com frangos que mostrou que, ao adicionar compostos da resina à alimentação das aves, foi possível “modelar o seu metabolismo e consequentemente melhorar a qualidade nutricional da carne”.
A investigação da Escola Superior Agrária de Viseu foi reconhecida no 24.º Congresso Nacional de Zootecnia, realizado em novembro de 2024 e onde o projeto foi distinguido com o prémio APEZ (Associação Portuguesa de Engenharia Zootécnica)-IACA (Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais) pela melhor comunicação oral apresentada na área da Nutrição e Alimentação Animal.
O projeto também contou com o envolvimento dos investigadores Célia Lopes (Pinopine, uma empresa de Aveiro especializada na produção de derivados de colofónia), Graça Neves (consultora da Universidade de Aveiro) e Enrico Sanjust (Universidade de Cagliari, em Itália).
Os investigadores acreditam que o estudo representa “um importante contributo para aliar sustentabilidade e eficiência na produção animal, promovendo práticas que assegurem a segurança alimentar, reduzam os impactos ambientais e respondam às crescentes exigências da sociedade por métodos de produção mais ecológicos e responsáveis”.
O projeto, liderado por Cláudia Neves e Dulcineia Wessel, é também composto pelos investigadores Jorge Oliveira, António Pinto, Helena Vala, Catarina Coelho, Carla Garcia, José Manuel Costa, Morgana Macena e Maria Isabel Santos.