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Neste final de ano Marçal Grilo, antigo Ministro da Educação, dava uma grande entrevista ao Público onde deixava uma mensagem: Um curso superior é apenas um diploma para se começar a aprender! Falava da relação entre conhecimento e desenvolvimento e dizia que o primeiro é a base do segundo, porque não há inovação sem novos conhecimentos. É um pensamento importante, oportuno e que vem num momento em que o Primeiro-Ministro lança um propósito ao país baseado no Investimento/Investimento!
Talvez possa haver pessoas que pensam que a educação vem depois do crescimento económico, o que em parte foi verdade. Mas hoje, quer crescimento e desenvolvimento estão diretamente ligados ao conhecimento. Formar pessoas hoje é optar por lhes dar mais conhecimento científico, responsabilidade, capacidade de liderança, trabalho em grupo, solidariedade, gosto pela mudança e inovação! Este é o espírito do empreendedor seja qual for a circunstância e a escola deve dar e fomentar todas estas competências. Nessa entrevista, quando lhe perguntaram se a escola é capaz de dar esta resposta, respondeu que umas sim e outras não, mas que este é um problema mundial. Podem fazer-se muitos investimentos nas escolas, criar incentivos, avaliações, identificar talentos, mas as escolas precisam sobretudo de ter uma liderança, um corpo docente estável e um projeto educativo bem-adaptado á comunidade. As escolas devem ser diferentes!
A educação de um país é um projeto continuado, leva anos até ser eficaz e não pode andar ao sabor de eleitoralismos sazonais. Claro que a educação precisa de um pacto de longo prazo entre os partidos! Este é um bom projeto para ser abraçado pelos atuais Ministros da Educação e da Coesão Territorial que parece terem pensamento e vem dando provas de conhecerem a realidade. Os bons ministros distinguem-se por atacar os grandes prolemas do país e não apenas os que dão popularidade e votos!
Esta entrevista de final de 2024 fez-me lembrar o meu regresso a Viseu em finais de 2014. Passaram dez anos! Nessa chegada lancei um livro no Hotel Montebelo a que chamei “Vida e Gestão”. Nele tive a colaboração de vários cientistas, a maioria ligados á medicina. Era um livro que procurava criar um modelo biológico de gestão e relacionava a gestão do corpo humano com a gestão das organizações. O meu primeiro entrevistado foi o Prof. Alexandre Quintanilha, na altura Presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida e com uma longa carreira docente em vários países. Começámos por falar que nós não somos o que aprendemos, mas como aprendemos! Dizia-me que muitas vezes os alunos brilhantes estão a estragar-se nas escolas e nas universidades, que eles deviam ir e estar a fazer coisas. Que era preciso despertar a curiosidade e a imaginação. Quando se falou de talento dizia que tínhamos muitos talentos e que o papel da educação era trazer á superfície esse talento. Que tínhamos um potencial deprimido e que a boa educação era aquela que liberta esse potencial. Que não se pode confundir educação com informação, mas com a libertação da capacidade de pensar. Que talvez a educação tenha a ver com Darwin, com a ideia de competição e de sobrevivência do mais apto, que nem sequer é o mais forte. Porque o mais forte é o mais inteligente e robusto e o mais apto é um sobrevivente, pouco competitivo e adaptado ás situações. Que andar depressa no sentido errado faz-nos chegar mais depressa ao erro e perder o sentido de futuro.
Dez anos depois o que vemos? Que o nosso talento foge de Portugal e não tem espaço nas nossas empresas ou em 80% dos casos abandonam-nas devido ás fracas lideranças. Que a Administração Pública precisa daquilo que se chamou reengenharia (mudar da cabeça aos pés). Olho o que se passa na Saúde com os médicos e vejo como a sua formação e potencial foram mal aproveitados. São eles que dominam o conhecimento do sistema mais complexo que existe, o Corpo Humano! Bastaria trazer esse conhecimento para o Sistema Organizacional da Saúde, que apesar de complicado é bem mais simples. O caminho não foi esse e parece que se esperam milagres da IA. Mas nesse lado ainda se discute o dilema: A IA vai tornar-se mais parecida connosco ou nós com ela? Até agora a história mostra-nos uma interação entre humanos e tecnologias, onde se construíam ferramentas para que elas se adaptassem aos humanos! Agora seguimos um caminho inverso, elas são mais capazes, chegam mais depressa e mais depressa ao erro!
Estão em curso iniciativas no campo da engenharia biológica para que homem e tecnologia se coloquem ao mesmo nível e pedir-lhe por favor para que aceite o Homem como parceiro! Falamos de interfaces entre cérebro/computador e engenharia neuronal. Porquê estas referências? Porque se queremos interligar-nos com essas tecnologias e manter a Humanidade precisamos de um grande esforço e um grande investimento que começa na educação. Mas nada disto é novo! Já em 1992 a Disney mostrava ás crianças este perigo através da História do Aladino. Era um Vizir e um Jovem que disputavam uma Lâmpada Mágica que lhes satisfazia todos os sonhos. Quando já não sabiam o que pedir, o Vizir quis ser igual ao génio que vivia dentro da Lâmpada. Acabou por ficar preso dentro da Lâmpada e passar a satisfazer os pedidos dos outros. A moral da história é que para não se ficar fechado dentro das máquinas a fazer companhia aos dígitos e algoritmos, o primeiro e maior investimento de um país é na educação! É preparar as pessoas para essa luta futura, preparar para dominar o conhecimento novo e ter vontade de continuar humano…
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