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Ana Rodrigues Silva
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O IP3 vai estar cortado ao trânsito durante três semanas em fevereiro. O anúncio foi feito esta segunda-feira pelo presidente da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões. Fernando Ruas, também presidente da Câmara de Viseu, que esteve reunido com a Infraestruturas de Portugal.
Vamos ter três semanas, no mínimo, na altura de fevereiro – conseguiu-se preservar o Natal – de que aquele troço na zona da Livraria do Mondego estará interditado à circulação”, anunciou Fernando Ruas.
O autarca de Viseu falava aos jornalistas no final de uma reunião com o vice-presidente e com mais sete técnicos de diversas áreas da Infraestruturas de Portugal (IP).
“O que foi dito, espero não me enganar, é que a circulação de Coimbra para Viseu teria de ir à Estrada da Beira e depois retomar ao IP3 na zona de Mortágua. No sentido contrário, tem de se fazer a ligação pelo Luso, a antiga estrada que se fazia, até à zona da Mealhada”, especificou.
O corte em Penacova, distrito de Coimbra, junto à zona da Livraria do Mondego, surge “não para haver obra, mas apenas para consolidar os taludes”, disse Fernando Ruas.
O autarca diz que do encontro sairam duas más notícias. A primeira é a de que “não há nada pensado para o IC12”, que liga Santa Comba Dão a Mangualde, cujo autarca também este presente.
A outra foi a informação que a IP deu para “não haver variante em Santa Comba Dão”, matéria que não convenceu Fernando Ruas.
[A razão] “é baseada numa declaração de impacto ambiental que preconiza que, eventualmente, haja colisão com umas termas na zona de Santa Comba [Dão]”.
“Nós prezamos muito as zonas termais, mesmo não sendo conhecidas essas termas de Santa Comba [Dão]. Somos das CIM com mais termas, portanto, somos favoráveis à preservação de termas, mas, com um diabo, naquele corredor vastíssimo haveria de se encontrar uma solução que não colidisse com a evolução de uma âncora de desenvolvimento como são as termas”, reagiu, lembrando a morte de 14 pessoas da freguesia de Rio de Loba, aquando da queda de um autocarro, em 2001.
Fernando Ruas receia que apesar dos anúncios de que em 2022 vão ser lançados concursos para três empreitadas de requalificação do IP3, que aguardam apenas pelo relatório da Agência Portuguesa do Ambiente, como tinha anunciado já na quinta-feira o vereador do PS, João Axevedo, as obras nunca estejam concluídas antes de 2026.
O autarca disse que os presidentes de Câmara presentes na reunião – dos concelhos que o IP3 atravessa e que pertencem à Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões (Viseu, Tondela e Santa Comba Dão) – estão “plenamente convencidos que de não haverá a ligação completa antes de 2026 se, por acaso, tudo correr normalmente”.
“Deixaram isso mais ou menos claro, por aquilo que eu vi e fomos dizendo em várias intervenções. E não foi minimamente contestado, nem foi dito ‘olhe que o prazo é menor’”, sustentou.
Por fim, Fernando Ruas fez ainda questão de realçar que a requalificação se trata de uma intervenção “minimalista” e que esta seria a altura para se pensar em fazer realmente a autoestrada entre Viseu e Coimbra. “Deixei bem vincada a situação injusta e humilhante que deixa as duas cidades mais populosas do Interior sem uma ligação por autoestrada. Numa altura em que se fala tanto da bazuca, se aqui não era possível encontrar montantes para fazer a autoestrada então nunca mais a teremos”, concluiu.