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Isabel Silvestre “canta-nos” a identidade de Manhouce onde até os almocreves são protagonistas

É a embaixadora do Canto a Vozes das Mulheres, mas também de Manhouce, de S. Pedro do Sul e de Portugal. Fomos P’ia Fora com Isabel Silvestre para uma viagem além da música

 Isabel Silvestre “canta-nos” a identidade de Manhouce onde até os almocreves são protagonistas
15.03.25
fotografia: Jornal do Centro
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 Isabel Silvestre “canta-nos” a identidade de Manhouce onde até os almocreves são protagonistas
15.03.25
Fotografia: Jornal do Centro
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 Isabel Silvestre “canta-nos” a identidade de Manhouce onde até os almocreves são protagonistas


Neste episódio do P’ia Fora, a condução é feita pela voz património mundial de Isabel Silvestre. A mulher do cante polifónico conduz-nos numa viagem pelas memórias e paisagens de Manhouce (S. Pedro do Sul), recordando os tempos em que saltava de pedra em pedra sobre o rio para alcançar os poços de água naturais, onde passava longas horas com família e amigos.

Uma conversa feita de memórias, mas de muita preservação. Isabel Silvestre, que nos muitos dos seus afazeres foi também presidente de Junta, destaca a importância destes locais na atração de visitantes e na preservação das águas límpidas da região.

Podia-se pensar que esta seria só uma conversa sobre o canto de Manhouce, o canto polifónico das mulheres ou os muitos projetos com o cunho de Isabel Silvestre. Sim, neste P’ia Fora fala-se disso tudo, mas fala-se, acima de tudo, da terra, do que molda a identidade. 

E não é por acaso que a convidada começa a viagem na estrada romana que há muitos e muitos séculos ligava o Porto a Viseu. Era por aqui que passavam almocreves e que pernoitavam em Manhouce, promovendo trocas culturais. 

“É por isso que Manhouce tem uma maneira de ser, de cantar, de falar, que não tem nada a ver com a maior parte das pessoas da serra. Porque aqui eles pornoitavam e na noite que estavam cá era uma festa. Era uma troca de saberes, uma troca de músicas, de cantares, de trajes, de tudo,“ porque ao fim e ao cabo era uma troca”, conta. 

Esta foi uma prática que ficou no tempo. Mais recentemente, Isabel Silvestre recorda, por exemplo, a loja do seu avô, um ponto de passagem de mercadorias antes de chegarem a Viseu. “Eradaquelas lojas antigas, tinha tudo, desde os tecidos a foguetes”. 

A conversa mergulha ainda na forte tradição musical da aldeia, onde o canto era uma presença constante na vida quotidiana – desde os trabalhos do campo até aos momentos de devoção religiosa. Para Isabel Silvestre, a música é um elemento essencial da identidade de Manhouce, algo que se ouve não só nas vozes, mas também na própria natureza, no vento e na água. 

Hoje, o Canto a Vozes de Mulheres faz parte da lista do Património Cultural Imaterial português e Grupo de Cantares de Manhouce é dos grupos mais conhecidos, muito graças ao trabalho da Isabel Silvestre. Nas estas e muitas outras histórias são para ouvir no podcast conduzido por André Albuquerque e que está nas plataformas do Jornal do Centro.

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