No terceiro episódio do programa “Bem-Vindo a”, tivemos o prazer de conversar…
São mais de 100 presépios, de diferentes tamanhos e construídos ao longo…
A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Jorge Marques
por
Vitor Santos
Na apresentação da Nova AD olhámos os três rostos dessa pirâmide e foi natural que se fizessem comparações com os outros três da Antiga AD – Sá Carneiro, Freitas do Amaral e Ribeiro Teles. Foi então que fui ouvindo que “a política já não é o que era”. Percebia-se que entre o passado e o presente havia uma substancial diferença de peso pessoal, social e político entre as personagens em comparação. Claro que essa mesma diferença pode ser encontrada quando comparamos Soares e Cunhal com os atuais líderes dos seus partidos.
Nada disto é novidade, hoje a imagem da política não é famosa, perdeu autoridade e credibilidade. Muito porque o próprio Estado já não é o herói e perdeu protagonismo face ao poder tecnológico, mediático, financeiro, mercados e até face à justiça! Com tal panorama são difíceis grandes melhorias por iniciativa dos partidos e qualquer desenvolvimento precisará ajuda de fora do sistema, nomeadamente da Sociedade Civil.
Mas enquanto refletia sobre uma suposta perda de importância da política e dos seus atores, em resultado da comparação com as gerações da Antiga e da Nova AD, percebi que o mesmo aconteceu em quase todas as atividades. Recordei-me que no tempo da Antiga AD frequentava a redação de um jornal diário propriedade de familiares. De vez em quando passava por lá e quem encontrava na redação desse jornal? Cardoso Pires, Stau Monteiro, Saramago, Assis Pacheco, Joaquim Letria, Mário Zambujal, Alice Vieira. Quem está hoje na redação dos nossos jornais? Será que se passa o mesmo que na política? E o que se pode dizer dos empresários, médicos e professores se fizermos a mesma comparação temporal e geracional? A política já não é o que era, como também não são a maior parte das outras atividades, como não é o nosso país e o Mundo. Mas fixemo-nos na política! O problema maior que lhe apontam e que constitui o centro das suas crises tem a ver com a representação. Não se trata aqui de fazer juízos de valor sobre estas duas gerações. Porque se essa avaliação for negativa para o tempo da Nova AD, então ela é em boa parte da responsabilidade da anterior, que não soube transmitir valores, competências e construir futuros.
A solução que foi sendo encontrada reduziu ou eliminou a distância do perfil entre eleitos e eleitores, agora são mais iguais. Foi uma solução que parece não ter resolvido a situação e que afinal era já uma velha tendência populista, essa de acabar com a distância entre governo e governados. Eles consideravam a democracia representativa lenta, viciada e insuficiente. Mas esta aproximação entre governantes e governados, longe de facilitar a decisão, ela tornou-se mais difícil e passou a sofrer de pressões dos vários grupos, agora uns, depois os outros. A parte passou então a confundir-se com o todo, porque também falhou a ideia de que o eleito representava todos e não apenas aqueles que o haviam escolhido. Este é um grande pecado de toda a pirâmide do Sistema Político. A Sociedade gerou então grupos de interesse numa lógica de mercado. Foi aqui que a ação política perdeu a força e a energia que deveria gastar nas grandes reformas. Acabámos na procura da satisfação dos interesses de grupos particulares que nunca param de reivindicar. O seu problema pode até ser resolvido, mas o problema do todo mantém-se. O mesmo se passa com os processos da simples negociação, feitos sobre a urgência do momento. Esses esquecem até os interesses das gerações futuras. Em resumo, a política foi-se despolitizando!
Até a ideia de igualdade ficou confusa, por vezes mal definida e em muitos casos deveria ser substituída pela equidade! E porquê? Porque acontece que antes da igualdade é necessário avaliar as diferenças e só depois disso é que se podem afirmar as igualdades. Este é o enorme pecado da gestão das pessoas na Administração Pública! Da minha experiência, esta igualdade, sem mais nada, pode até prejudicar alguns e esses normalmente são os melhores.
Isto de dizer e retratar a política de que já não é o que era, também tem a ver com a sua mediatização, seja no melhor ou no pior sentido. É verdade que por um lado os media proporcionam coesão social, mas por outro temos que perceber que eles têm uma lógica própria. Pode acontecer que eles nos levem a confundir o que é Espaço Público, Opinião Pública e Realidade! Muitas vezes a sua construção pode ter pouco a ver com a realidade, porque essa deve ser construída com a observação. Mas também temos que dizer que os media não são manipuladores, eles apenas mostram o que outros viram e até poupam os políticos da realidade. Mas aqui com riscos, porque se chega a confundir a própria ideia de povo com o resultado de inquéritos e sondagens. Em tudo é preciso relativizar e conhecer bem a coluna vertebrar e o esquema da notícia, porque ao vermos um telejornal, a seguir esquecemos tudo, a notícia repete- -se, repete-se e nós ficamos presos ao presente.
Para além dos media, o Sistema Político tem mais dois dilemas que o amarram, mas cuja libertação é da sua responsabilidade! O primeiro é que não tem sabido acompanhar a velocidade do saber produzido, da ciência, da inovação e de os integrar no Sistema Social e na Inovação Social. Tem priorizado a Gestão do Poder à Gestão das Novas Realidades! O segundo dos dilemas tem a ver com um quadro de responsabilidade das Instituições Públicas. O governo não pode ser a Autoridade Centralizada que é responsável por tudo. Tem que saber distinguir o que é diretamente governável e o que cabe à responsabilidade dessas Instituições. Elas precisam ter uma gestão e liderança profissionalizada e responsável por um Contrato com Objetivos. Essas competências necessárias a uma boa gestão pública existem, mas não são praticadas e as pessoas fogem do país ou para instituições privadas. Não há nada que justifique a diferença de eficiência e eficácia de um médico ou de um professor, quando ele exerce no púbico ou privado e que não tenha a ver com deficiências na Organização e Gestão.
O último Expresso trazia uma grande entrevista ao Ministro da Economia e do Mar e entre as suas várias opiniões, em que confio, ele dizia: Uma coisa é respeitar a legalidade e a outra o excesso de burocracia, na Administração Pública há um excesso de burocracia; a decisão é tomada e depois volta tudo ao princípio; fácil foi trabalhar com as pessoas (quer dizer que as competências existem), difícil foram os obstáculos da burocracia; há uma sobreposição de organismos; demonizam-se as empresas; não foi uma boa experiência ser ministro…
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Jorge Marques
por
Vitor Santos
por
José Carreira
por
Alfredo Simões