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O deputado do PS eleito por Viseu, João Azevedo, considera que a realização de eleições antecipadas era inevitável, face ao atual cenário político do país. O parlamentar criticou a conduta do primeiro-ministro, acusando-o de ter conduzido Portugal a uma situação de instabilidade política ao centrar o debate em questões de caráter pessoal. O socialista aponta ainda o “desespero” nas decisões tomadas nos últimos Conselhos de Ministros com “aprovações na 25.ª hora”, em particular na gestão da água e no projeto de duplicação do IP3.
Segundo o socialista, ao ter sido aprovado o alargamento do sistema das Águas do Douro e Paiva à região de Viseu, o executivo agiu “de forma precipitada”, sem envolver devidamente os municípios no processo decisório.
“O que o Conselho de Ministros deste governo fez é absolutamente desesperante. Colocou em causa a tramitação e a relação institucional com as câmaras municipais da região. Não se percebe a forma como foi feito o decreto-lei, como foi aprovado em Conselho de Ministros, envolvendo municípios que nem sequer querem estar neste processo da água. Lamento profundamente que este assunto não tenha sido tratado nos órgãos próprios, que são os órgãos municipais, antes de haver esta decisão do Governo. Inverteu-se completamente o processo, passando a decisão de baixo para cima, o que é lamentável”, sublinhou o parlamentar.
Já sobre o anúncio de construir uma ligação entre Viseu e Coimbra em perfil de autoestrada, também anunciada pelo Governo, João Azevedo voltou a dizer que foi mais uma decisão “na vigésima quinta hora”.
“Passados, exatamente, um ano e um dia desde as últimas eleições, o Governo decide que agora há uma nova autoestrada. Esqueceram-se de que já há um troço adjudicado a uma empresa para começar nas próximas semanas? Esse troço diz respeito à duplicação entre Viseu e Santa Comba Dão.O Governo tem agora de esclarecer quais são os prazos desta obra, qual será o traçado, como será financiada e se será paga com portagens. Isso é fundamental. Até agora, o único passo concreto para a duplicação do IP3 em perfil de autoestrada sem portagens foi dado pelos governos do Partido Socialista”, sustentou.
Quanto ao período eleitoral (Legislativas) que se avizinha, João Azevedo, que é já assumido candidato à Câmara de Viseu nas eleições autárquicas, sublinha que os partidos estão preparados para disputar um novo ato eleitoral, apesar da proximidade entre um e outro.
“Para os portugueses, a democracia funciona. A decisão do povo é uma decisão natural, um exercício de liberdade que defende o princípio fundamental da democracia. Não tenho dúvidas de que as pessoas votarão de forma consciente e que decidirão bem”, sublinhou.
Sobre a matéria que levou à queda do governo, o deputado é da opinião de que a recusa do primeiro-ministro em aceitar a criação de uma comissão parlamentar de inquérito proposta pelo PS demonstra que todo o processo foi planeado para levar o país a eleições o mais rapidamente possível. “Este cenário eleitoral já era esperado, e não é surpresa que tenha sido o próprio Governo a querer estas eleições”, afirmou.
O deputado socialista acredita que Montenegro poderia ter evitado esta crise política ao aceitar a comissão parlamentar de inquérito e ao retirar a moção de confiança apresentada no Parlamento. Além disso, considera que as movimentações nos bastidores protagonizadas pelo PSD, incluindo a tentativa de negociação privada com o PS, foram “um desrespeito às regras regimentais da Assembleia da República”.