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A Câmara de Lamego vai participar nas comemorações dos 200 anos do nascimento do escritor Camilo Castelo Branco, que arrancam em março. A autarquia compromete-se a implementar, entre 16 de março deste ano e 16 de março de 2026, uma agenda partilhada e integrada de ações culturais, artísticas, científicas e de divulgação da vida e obra do autor. Está prevista, por exemplo, a criação de uma ópera contemporânea e de um espetáculo de dança original.
Os 200 anos de Camilo Castelo Branco juntam 27 instituições da região do Norte e têm como principal objetivo atrair novos leitores para a obra camiliana.
As entidades assinaram na quinta-feira (16 de janeiro), em Vila Nova de Famalicão, um protocolo de colaboração para a celebração da efeméride e prometeram promover em conjunto um vasto programa de iniciativas.
Entre as ações previstas, está por exemplo, e como já referido, a criação de uma ópera contemporânea baseada no livro “Amor de Perdição”, com a composição de Fernando Lapa e o libreto de Eduarda Freitas. A estreia está prevista para 16 de março, em Vila Real, seguindo-se uma digressão por toda a zona Norte.
Também vai haver um espetáculo de dança original encenado pela companhia Ballet Douro, juntando jovens coreógrafos e inspirado em diversas obras de Camilo. A peça também foi pensada para uma itinerância. A direção artística é de Sílvia Boga.
Coordenadas pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), as comemorações do bicentenário do nascimento de Camilo Castelo Branco incluem a reedição de 14 obras do autor de “Amor de Perdição” com “especial vínculo e expressão geográficos a Norte”.
Está ainda prevista a edição crítica das Cartas de Camilo Castelo Branco, de Carlota Pimenta, com o apoio do município da Póvoa de Varzim, e a reedição de “O Penitente”, uma biografia “espiritual” camiliana de Teixeira de Pascoaes e com introdução de Tânia Furtado Moreira.
“O principal objetivo é conquistar novos leitores para a obra camiliana”, disse o vice-presidente da CCDRN para a Cultura. Jorge Sobrado sublinhou que Camilo “mapeou simbolicamente” o Norte e foi uma espécie de “cartógrafo” da região.
No teatro, a CCDRN produzirá com a Bairro dos Livros um espetáculo de teatro de rua, intitulado “Camilo na Rua”, iniciativa preparada para públicos a partir dos 06 anos e estrangeiros (falantes de inglês), tendo direção artística de Alexandre Sá.
Para o grande público, e com objetivos de promoção do turismo literário, será produzido um Guia Literário de Camilo a Norte, com um mapa associado, da autoria da Bairro dos Livros.
Paralelamente, o Norte 2030 tem aberta até 31 de março uma linha de financiamento à programação cultural de duas Rotas de Património, sendo uma delas a rota “Escritores a Norte”.
Esta medida de apoio, com um montante de três milhões de euros de fundos europeus, enquadra-se no Plano de Ação para a Cultura da CCDRN e prevê que possam ser apoiadas iniciativas culturais integradas nas comemorações do bicentenário de Camilo Castelo Branco, em coprodução ou em itinerância na região.
“Procura-se, assim, estimular a programação em rede não apenas do bicentenário, mas dos esforços de ativação dos sítios literários nortenhos”, refere um comunicado da CCDRN.
Entretanto, a Câmara de Vila Nova de Famalicão atribuirá este ano, pela primeira vez, o Prémio Literário Camilo Castelo Branco, no valor de 7.500 euros.
De periodicidade bianual, o prémio destina-se a escritores de qualquer país do espaço lusófono, podendo os textos inserir-se nas modalidades de poesia, romance, novela, conto e teatro.
Camilo nasceu em 16 de março de 1825, num prédio da Rua da Rosa, no Bairro Alto, em Lisboa, e morreu a 1 de junho de 1890, em São Miguel de Seide, Vila Nova de Famalicão.
Nas comemorações dos 200 anos, estão envolvidos os municípios de Braga, Caminha, Fafe, Lamego, Matosinhos, Porto, Póvoa de Lanhoso, Póvoa de Varzim, Ribeira de Pena, Viana do Castelo, Vila do Conde, Vila Nova de Famalicão, Vila Nova de Gaia e Vila Real.
As universidades do Minho, do Porto e de Trás-os-Montes e Alto Douro estão também envolvidas, assim como o Teatro Nacional de São João, o Turismo do Porto e Norte de Portugal e o Tribunal da Relação do Porto/Museu do Conflito.