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1. Foi já no longínquo ano de 1990 que o advogado Mike Godwin cunhou a seguinte lei da internet: “À medida que cresce uma discussão online, a probabilidade de surgir uma comparação envolvendo Adolf Hitler ou nazismo aproxima-se de um (100%).”
Deva-se acrescentar que, nos primeiros chats de discussão da internet e nos primórdios das redes sociais, era tudo menos bom ser apanhado a tropeçar na “lei de Godwin”, também conhecida como “lei das analogias nazis”. Quando alguém argumentava com um “ad-hitlerum” era como se tivesse atirado ao chão para um combate na lama — tinha perdido a discussão.
2. Ora, a partir de 2014, as coisas começaram a mudar. Fazer uma analogia nazi deixou de ser uma ferramenta de perdedores e o responsável disso foi o guru da comunicação de Putin, um génio chamado Vladislav Surkov.
Quando, na revolução de Maidan, a Ucrânia se decidiu aproximar do Ocidente e correr com Viktor Yanukovych, um pau-mandado dos russos, todas as plataformas comunicacionais do Kremlin passaram a espalhar o algoritmo “ucranianos = nazis”.
Isto é, passaram a usar a lei de Godwin e com sucesso. Apesar daquele carimbo ser uma mentirola flagrante — nas últimas legislativas, a Ucrânia só elegeu um deputado de extrema-direita num total de 450 —, essa mancha sobre aquele martirizado país espalhou-se no mundo e teve muito impacto nas direitas e nas esquerdas soberanistas do ocidente: veja-se o caso do partido de Marine Le Pen ou do nosso PCP, que Jerónimo de Sousa e os seus rapazes estão a transformar num repulsivo PZP.
3. Entretanto, a água correu debaixo das pontes do rio Dniepre durante oito anos e, como o cada vez mais sozinho Putin despediu Surkov, agora já não há ninguém capaz de refrescar a retórica russa. Aquilo, por lá, ficou parado no tempo. Aquela conversa tosca do “nazi-nazi-nazi” já não se fica só pelo país invadido e é aplicada a tudo o que mexe:
— “suecos nazis”, prantam eles em cartazes nas ruas de Moscovo;
— “a seguir à Ucrânia vamos desnazificar a Polónia”, ameaçam na televisão em horário nobre.
Em 2014, a Rússia venceu a batalha da comunicação. Agora, em 2022, é a Ucrânia que a está a ganhar.
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