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Andava a arrumar uns livros e revistas antigas e caiu-me nas mãos uma de Setembro de 2011. Estava guardada porque tinha um longo artigo meu, onde falava nas formas de organização e estrutura dos governos. Discutia-se isso no tempo do governo de Passos Coelho e onde se dizia que era preciso caminhar da burocracia para a estratégia. Quem trouxe esta discussão foi o Ministro da Economia desse governo, então chamado da Economia e Emprego! Esse ministro deu-nos duas boas lições. A primeira foi quando disse: “Chamem-me o que quiserem…O meu nome é Álvaro, simplesmente Álvaro”! Foi uma lição simbólica, mas que deixou nervosa alguma aristocracia conservadora e burocrática que vive de títulos e estatutos. Ele que era um Talento na Emigração!
A lição maior, mais profunda e que foi pena não ter criado raízes, aconteceu quando ele disse que o Ministério da Economia deveria chamar-se da Produtividade e Competitividade. Acrescentou ainda que esse ministério, para além de coordenar as atividades económicas do país, deveria também coordenar e articular todas as ações dos outros ministérios que afetassem a Produtividade e Competitividade do país. Era uma forma de organização de um nível superior! Acrescentava que a ação deste ministério deveria ser apoiada por uma espécie de Comissão para a Produtividade e Competitividade Nacional. Ele acreditava que essa entidade independente produziria investigação, conselhos, relatórios públicos e propostas concretas para o aumento da nossa produtividade e competitividade. Queria dizer com isto, que era urgente utilizar a inteligência nacional, neste e noutros domínios e que a Sociedade Civil deveria ser chamada a participar na governação.
É evidente que quando os governos falam em identificar e reter talentos em Portugal, isso tem que significar mais do que simples palavras e o nosso Álvaro já nessa altura mostrava um caminho. Ele era também um exemplo de que é bom internacionalizar o nosso talento, deixá-lo sair, mas depois trazê-lo de volta ainda mais rico. Chamava também a atenção, de forma clara, que o nosso Capital Humano é o que temos de mais precioso. Que sem ele a trabalhar de forma superior não há produtividade, competitividade e crescimento que resista. Aquilo que ele via é que os patrões desconfiavam dos trabalhadores, que os trabalhadores desconfiavam dos patrões, que os sindicatos desconfiavam dos patrões e estes dos sindicatos, que os governos desconfiavam dos empresários, sindicatos e dos trabalhadores e que todos estes desconfiavam dos governos. Ele não entendia como era possível esta espécie de sociedade de não confiança, onde todos desconfiavam de todos. Era urgente mudar o paradigma e gerar atores que inspirassem confiança a todas as partes.
O Trabalho, como uma das fontes da produtividade, competitividade e crescimento é um parceiro estratégico desses resultados. Tudo é feito com a inteligência, capacidades e competências das pessoas nos diferentes níveis. Elas só são custo ou agora gasto, quando mal geridas ou lideradas. Depois de tanta alteração da legislação laboral, códigos de trabalho, negociações coletivas, concertação social, os resultados não se atingiram, porque tudo isto precisava de um objetivo prévio. Esse objetivo seria a construção da confiança entre os vários atores! Alguém tem que saber fazer isto, o nosso Álvaro tinha razão. Entretanto passaram 13 anos!
O que devia ter ficado como herança do Simplesmente Álvaro, um distinto Viriato? É que as coisas mais importantes não se resolvem com as boas intenções dos governos, nem sequer com o enunciado das políticas públicas. Tem que haver objetivos, metas e medidas concretas de avaliação dos governos. Anunciar medidas é importante, mas elas são apenas um princípio que confundimos com um fim, como confundimos a intenção com a decisão. E onde começa o problema?
Quando olhamos para a estrutura dos governos verificamos que há mais um ou dois ministros, que mudaram este e aquele nome de ministério. Mas a estrutura continua a ser funcional, hierarquizada, burocrática. Fica-se com a ideia de que os ministros são uma espécie de Super–Diretores-Gerais que fazem a gestão dos ministérios e não do país. Trabalham na vertical e não na horizontal! Nisto perdem-se excelentes ministros, como são o atual e anterior Ministro da Economia.
O Sistema Político, particularmente o da governação, sempre teve uma negação com tudo o que é organização, gestão e nunca usou a liderança no seu verdadeiro sentido, aquele que diz que se trata de servir e não de mandar! Talvez isso seja um vício antigo e desde que decidiram chamar governo de gestão, aquele que não pode tomar grandes decisões. Mas como se sabe, para quem invoca o poder de decisão em política, isso tem muito que se lhe diga. Um bom exemplo foi Tatcher, conhecida como a Dama de Ferro e grande decisora. O que ela escreveu nas suas memórias é bem diferente: “Não, não fui uma grande decisora e só tomei decisões quando não tinha outra saída”. Quer dizer que a decisão não é uma grande competência na política! Isso, porque há sempre uns que gostam e outros não e no fim, tudo se vai traduzir em votos!
O que a política precisa, agora que há uma nova geração a entrar no Sistema é criar um Processo Político que facilite e obrigue á tomada de decisão dos governos. Mas processo é horizontal e obriga a reconhecer a competência dos outros e ter humildade! A nova geração da política tem a oportunidade de mudar alguns paradigmas que viraram paradoxos! São exemplos: Resumir a discussão e culpas políticas aos erros do passado; a sua falta de confiança nas instituições (nomeações); a tendência do adiar e não decidir nas questões polémicas; elevar o nível ético e moral na discussão política; não confundir o governar com a simples gestão do poder; saber identificar, reter e trazer para política o talento; não se envolver na escolha do árbitro do jogo político e onde se é parte desse jogo. Para esse efeito há grandes figuras na Sociedade Civil que estão á altura e que valem por si mesmas…
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