A Mata do Serrado vai ser palco de uma nova iniciativa este verão. Aquele que é um dos corações verdes da cidade de Viseu recebe, entre os dias 27 de junho e 6 de julho, o “Jardim das Artes e das Letras” (JAL’25). Por trás da organização deste evento, focado na literatura e nas artes, está a equipa que organizou os Jardins Efémeros.
Cinema ao ar livre, casas na árvore, biblioteca para adultos e crianças, uma feira do livro, concertos, performances. São várias as iniciativas programadas para o evento. O nome dos artistas convidados, contudo, será apresentado numa data mais próxima, como explicou a organizadora, Sandra Oliveira. O mote do Jardim das Artes e das Letras foca-se nos livros “Tisanas”, de Ana Hatherly, e “Grapefruit”, de Yoko Ono.
O objetivo do JAL, segundo esclareceu Sandra Oliveira ao Jornal do Centro, é “intervir naquela quinta que está no coração da cidade, que é um espaço de bem-estar e para relaxar”. “É uma mata icónica e histórica que Viseu tem no coração da cidade e que não é no Fontelo”, continuou a organizadora do JAL. “É pedonal, toda a gente pode ir a pé ou com as crianças, é um projeto intergeracional”, disse Sandra Oliveira.
“Em segundo lugar, porque entendemos que no mundo muito agitado e hiperativo com as redes sociais e o mundo digital, tem de haver um espaço para estar na natureza. Viseu tem este equipamento que pode promover o bem-estar das crianças e dos adultos, dos jovens e dos seniores” detalhou a antiga organizadora dos Jardins Efémeros.
O foco na literatura não é inocente e tem que ver com o retomar de uma relação com a leitura e com os livros que “está cada vez menor”. “Não existe uma feira do livro em Viseu, felizmente há uma nova livraria, mas outra extinguiu-se. Os livros são conhecimento e o conhecimento prepara-nos para sermos melhores, mais capazes e mais humanos”, disse Sandra Oliveira. A relação entre os livros, o conhecimento e a arte contemporânea é, portanto, algo natural, de acordo com a organizadora. Sandra Oliveira foi mais longe, e assumiu que “falta poesia na nossa vida”. “Os livros e a arte têm essa capacidade de poder juntar pessoas muito diferentes em torno da mesma vontade.”
A poesia, a arte e a natureza alinham-se assim com o Jardim das Artes e das Letras. Portanto, nada melhor do que juntar a arte, as pessoas e a natureza num dos corações verdes de Viseu. Entre 27 de junho e 6 de julho, a Mata do Serrado vai contar ainda com um bar-restaurante com lugar para 120 pessoas, contou a organizadora. “O que queremos também é dar um lado de sofisticação porque achamos que Viseu também tem uma palavra a dizer nas questões da modernidade”, disse Sandra Oliveira.
Em relação aos Jardins Efémeros, Sandra Oliveira assumiu que, embora a equipa seja a mesma, o evento deste verão nada tem que ver com os Jardins Efémeros. “É uma equipa extremamente profissional, com bastante modernidade de pensamento, amor pela execução das atividades e acima de tudo amor pela cidade e pelas pessoas que são de Viseu”, concluiu.
