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O debate entre os candidatos à câmara de Viseu, transmitido esta semana pela RTP3, foi organizado exactamente nos mesmos termos do de há quatro anos.
Em 2017, o candidato laranja, o malogrado António Almeida Henriques, muito democraticamente, esteve presente e ganhou com uma perna às costas.
Desta vez, o candidato laranja, Fernando Ruas, primou pela ausência, com argumentos de prima-dona: eu não vou à RTP, a RTP que venha a mim.
O dr. Ruas podia ter ganho, ou não, a João Azevedo. Com esta falta de comparência, ainda por cima com justificações pífias, perdeu. E o candidato socialista não desperdiçou a oportunidade para lembrar os resultados que obteve na captação de investimento privado e emprego no período em que governou Mangualde.
Esta recusa em trocar democraticamente argumentos com os adversários é política à antiga. Lembra a arrogância de Cavaco no tempo das suas maiorias absolutas.
O dr. Ruas podia ter aproveitado a antena da RTP3, na terça-feira, para mostrar aos viseenses que, para além de ser um homem com um respeitável passado, é também um homem de futuro, com projectos novos e com ideias capazes de mobilizar e fazer sonhar os viseenses.
Desperdiçada esta oportunidade, as dúvidas subsistem: o que quer o candidato do PSD? O que o faz mexer? O que o motiva? Vai romper com o legado dos oito últimos anos ou vai fazer só alguns ajustes? Vai continuar a apostar nos eventos e no marketing territorial? Não? Se não, o que vai fazer?
Se ganhar, o dr. Ruas leva o mandato até ao fim, ou, a meio, passa a pasta a João Paulo Gouveia? A resposta, com verdade, a esta última pergunta é imperativa. Os viseenses precisam de saber se o voto no dr. Ruas é por inteiro ou é só por metade.
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