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1. Como hoje é o chamado “dia de reflexão”, não se pode falar n’ “aquilo”.
Valha a verdade, a vontade em falar n’ “aquilo” também não é muita: esta crise política estúpida resultou numa campanha eleitoral não menos estúpida.
E se deixássemos de nos irritar com este sábado em que é vedado aos políticos de Lisboa produzirem ruído e CO2 na paisagem? E se passássemos a dar valor ao sossego deste dia? E se, em vez de acabarmos com ele, o multiplicássemos?
Véspera dos votos nas prisões? Papagaios das televisões de bico fechado. Dia anterior ao voto nos lares? Zero comícios. Sábado que precede o voto antecipado? Nem uma “arruada”, essa invenção sádica que só serve para enxotar transeuntes.
Fica a ideia.
2. Continuemos n’ “aquilo”.
Ao longo da história, a formação da vontade colectiva fez-se sempre no espaço público (nas instituições e nos media), no espaço semi-público (tudo em que, de uma forma ou outra, se reserva o direito de admissão) e no espaço privado (entre amigos e conhecidos).
Nos últimos anos, a importância relativa de cada um destes planos alterou-se. Enquanto a comunicação pública perdeu força, a semi-pública e a privada aumentaram exponencialmente em volume e influência. Agora, muito do que é decisivo acontece nas galáxias semi-públicas das redes sociais e nas nebulosas dos grupos fechados e das mensagens do Messenger, do WhatsApp, do Telegram e plataformas idênticas.
Dois exemplos brasileiros desta comunicação que dispensa, hostiliza e curto-circuita os meios de comunicação tradicionais:
— Bolsonaro chegou ao Palácio do Planalto usando lives do Facebook e fake news no WhatsApp;
— o seu guru Olavo de Carvalho pastoreava o seu rebanho de fiéis através de um grupo do Telegram cujos membros foram os únicos a receber, em 15 de Janeiro, a confirmação de que aquele chalupa estava infectado com Sars-CoV-2.
3. Não esqueçamos: hoje é “dia de reflexão”. Caiu um profundo silêncio sobre “aquilo”. E, como avisa Umberto Eco, “é apenas no silêncio que funciona o único e verdadeiramente poderoso meio de informação que é o murmúrio.”
Que murmúrios estarão, neste momento, a fluir no Messenger, no WhatsApp e no Telegram dos indecisos?
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Alfredo Simões