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Museu de Aristides Sousa Mendes nasce em julho numa vénia a um dos ”maiores humanistas da história”

 Museu de Aristides Sousa Mendes nasce em julho numa vénia a um dos ''maiores humanistas da história''
13.04.24
fotografia: Jornal do Centro
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 Museu de Aristides Sousa Mendes nasce em julho numa vénia a um dos ''maiores humanistas da história''
22.11.24
Fotografia: Jornal do Centro
 Museu de Aristides Sousa Mendes nasce em julho numa vénia a um dos ''maiores humanistas da história''

As portas do museu dedicado a Aristides de Sousa Mendes abrem no dia 19 de julho. A data não foi escolhida ao acaso, garante o presidente da Câmara municipal de Carregal do Sal. “Abrimos no ano em que passam 70 anos desde a morte de Aristides. Fez a 3 de abril. Mas mais do que recordar o último dia da sua passagem por cá, queremos falar da vida dele. Daí a data ser 19 de julho, a data da vida”, sublinha Paulo Catalino.

O autarca aplaude o trabalho feito pelas equipas que ficaram responsáveis pela curadoria e museografia. “Têm feito um trabalho inexcedível em tempo recorde. Temos de elogiar o profissionalismo”, afirma. Paulo Catalino lembra que “há museus que só para preparar a parte da museografia demoram quatro ou cinco anos. Ter conseguido garantir que vamos abrir este ano é muito importante”.

Admirador confesso do legado do antigo cônsul, Paulo Catalino entende que não há português que “não faça vénia perante um ato heroico e de grande exemplo”. “Considero-o um dos maiores humanistas da história pelo ato, pelo contexto em que o fez”, concretiza o autarca carregalense que vai mais longe e defende que Aristides “é a grande personalidade da história de Portugal por tudo o que fez”. “Pelos salvamentos e pela devolução da dignidade e da vida a tantas e tantas pessoas que sem os seus vistos – num ato de coragem e de desobediência – não teriam conseguido continuar a viver e a construir família e futuro”, concretiza.

Guterres e Marcelo vão estar no dia da inauguração do museu
Do Museu propriamente dito, há apenas pequenos ‘levantares de véu’. Paulo Catalino revelou que será uma mulher a dirigir o espaço e que aquele lugar “não falará apenas de Aristides, mas também de muitas outras pessoas que foram promotoras da salvação de vidas durante a Segunda Guerra Mundial”. “Será uma memória viva”, remata o presidente da Câmara de Carregal do Sal.

No dia da inauguração, entre vários convidados internacionais, sobretudo vindos dos lugares onde Aristides deixou marca, há um ilustre que se prepara para ir até Cabanas de Viriato. O secretário-geral da ONU, António Guterres, já garantiu que se nenhum evento internacional de caráter extraordinário surgir, irá estar no ato simbólico do primeiro dia do Museu Aristides Sousa Mendes. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também vai estar presente.

Quem visitar a Casa do Passal verá não só objetos ligados à vida e obra do homem que salvou milhares de vidas do extermínio nazi, mas também exposições temporárias com testemunhos de outros lugares do mundo. “Vamos levar ao museu de Bordéus uma exposição temporária e eles trarão para o nosso museu também uma exposição temporária. Vamos criar sinergias com os museus que estão ligados ou ao Holocausto ou aos movimentos de resistência, sublinha o autarca.

Os jardins da casa onde Aristides viveu também vão ser abertos ao público no dia 19 de julho. “Deixa-me muito feliz. O Aristides merecia esta homenagem. Em nome da família, mas também de tantos refugiados que precisam de sentir esta casa aberta para, no fundo, prestarem tributo ao que Aristides fez por todos eles”, vinca Paulo Catalino.

Centro de acolhimento e ensino superior dão ‘corpo’ à mensagem de Aristides
Os mais novos são o maior foco no que aos visitantes diz respeito. “Queremos ter como linha prioritária o trabalho com as escolas. Neste momento, precisamos de passar aos mais jovens os valores do nosso herói, numa altura em que vivemos um problema de liderança”, ressalva o autarca carregalense.

Para que a mensagem de Aristides continue atual, o município vai avançar para o Centro de Acolhimento e Integração de Refugiados. “Conseguimos a garantia de uma bolsa nacional de acolhimento urgente e temporário. O investimento rondará os seis milhões de euros que dará resposta a jovens desacompanhados e famílias imigrantes. O nosso concelho acolherá entre 120 a 150 pessoas”, avança.

Paulo Catalino acrescentou que “mais importante do que os acolher é integrá-los e dar-lhes esperança”. “É preciso capacitá-los para que depois entrem no mercado de trabalho”, explica. Por isso há á um protocolo firmado com o Instituto de Emprego e Formação Profissional.

Na área do ensino, Paulo Catalino avançou com outra novidade. Carregal do Sal terá ensino superior. “Vamos assinar protocolo com o IPV, para termos uma licenciatura na área da Proteção Civil e uma extensão de um curso no setor vitivinícola”, desvenda.

GNR nas “Festas do Concelho” e no dia da inauguração do Museu
A inauguração do Museu de Aristides de Sousa Mendes acontece enquanto decorrem as Festas do Concelho. Durante nove dias, entre 14 e 22 de julho, Carregal do Sal tem um cartaz musical diverso para atrair vários públicos, como confirma Paulo Catalino.

E no dia em que abrem as portas do “museu da resistência”, são os GNR a subir ao palco nas Festas. “Os GNR fazem parte do nosso memorial histórico como tendo sido uma banda que nunca se resignou. E que, numa linguagem artística, sempre lutaram pelos valores que defendiam. Quantos de nós não valorizamos a mensagem que os GNR sempre tiveram a coragem de transmitir ao nosso país”, frisa Paulo Catalino. O cartaz, que inclui nomes de artistas locais, tem como cabeças de cartaz, além dos GNR, Nininho Vaz Maia, Capitão Fausto e David Carreira

Antes, em maio, há uma novidade. A autarquia que levava avante todos os anos a Festa da Pinha e do Pinhão decidiu puxar por outro produto da terra: o vinho. E ao vinho junta-lhe a pinha e o pinhão fazendo nascer um outro evento que abre portas já em maio.

A Expo Dão, que começa a 22 de maio e termina a 26 de maio, tem, entre outros, espetáculos de Ana Bacalhau e Nemanus. “Temos mais de uma dezena de quintas de vinho e grande parte delas com grande craveira de mercados internacionais”, realça Paulo Catalino. O autarca frisa que Carregal do Sal “neste momento, representa cerca de 40% das exportações nacionais de vinho do Dão”.

 Museu de Aristides Sousa Mendes nasce em julho numa vénia a um dos ''maiores humanistas da história''

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