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O Museu de Lamego vai acolher uma exposição fotográfica de Manuel Pinheiro da Rocha intitulada “Boas raparigas”, um retrato do papel da mulher na cidade entre 1930 e 1950, sob uma visão masculina.
“A exposição é uma mostra de fotografias tiradas entre 1930 e 1950 e chamamos de ‘Boas raparigas’, porque extraímos de todo o acervo, um conjunto de fotografias que mostram a mulher, que ilustram bem, com uma sensibilidade muito masculina em relação à mulher e aos seus papéis sociais”, contou a diretora do Museu de Lamego.
Alexandra Falcão adiantou à agência Lusa que esta mostra de “Boas raparigas” faz parte do acervo fotográfico de Manuel Pinheiro da Rocha que está no Centro Português de Fotografia.
“A mulher é representada sempre ou a trabalhar, ou a fazer renda, a carregar sacos no meio da rua, ou no trabalho agrícola e vemos o homem clérigo, militar, o homem de fato cinzento e gravata a tomar as decisões”, desvendou.
A exposição também “mostra a mulher num registo muito etnográfico, muito folclórico da boa rapariga, da jeitosa”, o que dá um “bom pretexto para se refletir sobre uma cultura visual da mulher no Estado Novo”, acrescentou.
“São imagens de uma cultura visual da mulher disseminada durante o Estado Novo, suas representações e papéis sociais, sustentados por uma estética e sensibilidade marcadamente masculinas”, reforçou a diretora do Museu de Lamego.
A este propósito, no dia da inauguração da exposição, em 22 de junho, haverá uma conversa moderada por Nuno Resende e com a participação de Alexandra Falcão, Catarina Requeijo, Marina Vale e Rita Maltez.
Entre a inauguração e a conversa, há espaço para a peça “Memórias de uma falsificadora”, com base no livro homónimo de Margarida Tengarrinha, com adaptação e encenação de Joaquim Horta e interpretação de Catarina Requeijo, “curiosamente uma atriz de Lamego”.
Manuel Pinheiro da Rocha nasceu em 1893 na freguesia de Britiande, concelho de Lamego, e, aos 18 anos, mudou-se para o Porto, cidade em que se fixou como alfaiate e amador de fotografia, por influência do fotógrafo Domingos de Alvão, que tinha o seu estabelecimento no mesmo prédio da alfaiataria.
Alexandra Falcão acrescentou ainda que Manuel Pinheiro da Rocha “nunca perdeu de mira as suas raízes e deslocava-se frequentemente a Lamego, fazendo-se acompanhar da inseparável câmara fotográfica”, o que permitiu “um legado imenso, de valor documental inestimável, sobre Lamego nas décadas de 1930-1950”.
A diretora acrescentou que esta exposição, que estará patente até 27 de outubro, integra a programação do Museu de Lamego no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.