Na região Viseu Dão Lafões, 11 por cento dos alunos são de pais estrangeiros

Onze por cento dos alunos na região Viseu Dão Lafões (14 municípios) são filhos de pais estrangeiros, de acordo com a infografia “Migrações – Factos & Números 2025”, que apresenta uma análise detalhada sobre alunos de pais estrangeiros matriculados nas escolas públicas de ensino não superior em Portugal, com base nos dados da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) referentes ao ano letivo 2022/2023.

A maioria dos alunos tem entre o 5 e os 14 anos e na região do Douro a percentagem é de 7 por cento. Só na região Viseu Dão Lafões, há um total de 36.628 alunos inscritos nas escola spúblicas, incluindo o ensino básico e secundário.

No ano letivo de 2022/23, mais de 179,5 mil alunos em Portugal Continental frequentaram o ensino não superior, cujos pais são estrangeiros, representando 16% do total de matrículas no país. Este dado reflete uma crescente diversidade no sistema educacional português, com uma presença cada vez mais significativa de crianças e jovens oriundos de famílias imigrantes.

Apesar do aumento no número de alunos com pais estrangeiros, o perfil das crianças e jovens apresenta características semelhantes ao dos alunos com pais portugueses. Segundo o estudo, as diferenças em termos de sexo, grupos etários e tipo de oferta educativa são pouco relevantes, sugerindo que, globalmente, ambos os grupos possuem um perfil muito semelhante no contexto escolar.

Geograficamente, mais da metade das crianças e jovens com pais estrangeiros estão matriculadas em escolas públicas situadas em três regiões específicas do país: a Grande Lisboa, a Península de Setúbal e o Algarve. A Grande Lisboa concentra quase um terço do total de alunos com pais estrangeiros, enquanto o Algarve se destaca por apresentar a maior proporção de alunos com pais estrangeiros dentro da sua comunidade escolar. Na região algarvia, 28% dos alunos pertencem a este grupo, correspondendo a 30% do total de alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico nas escolas públicas da região.

De acordo com dados mais recentes, os alunos cujos pais são estrangeiros apresentam uma taxa de aproveitamento escolar inferior à dos alunos com pais portugueses, uma tendência visível em todos os níveis de ensino não superior. Esta diferença é particularmente acentuada no ensino secundário.

Na Península de Setúbal, por exemplo, mais de 20% dos alunos do ensino secundário com pais estrangeiros repetiram o ano letivo 2022/23, enquanto a taxa de retenção entre os alunos com pais portugueses foi de apenas 5%. Este dado evidencia a dificuldade enfrentada por muitos alunos imigrantes em acompanhar o ritmo do sistema educativo, o que pode ser atribuído a diversos fatores, incluindo barreiras linguísticas e dificuldades de integração.

Por outro lado, a região Norte de Portugal destaca-se como a área com a maior taxa de aproveitamento escolar e a menor taxa de retenção, tanto para os alunos com pais portugueses como para os filhos de imigrantes. 

De acordo com os Censos 2021, mais da metade da população estrangeira residente em Portugal provém de países de língua oficial portuguesa. Isso implica que, embora a maior parte dos alunos estrangeiros tenha algum conhecimento do português, ainda existe uma necessidade crescente de apoio especializado, especialmente para aqueles oriundos de países onde a língua portuguesa não é falada.

“Este retrato estatístico pretende informar, sensibilizar e apoiar a definição de políticas públicas mais justas e inclusivas, garantindo igualdade de oportunidades a todas as crianças e jovens, independentemente da origem dos seus pais”, realça o Observatório Nacional de Luta Contra a Pobreza.