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O ministro da Educação, João Costa, garante que nenhum aluno fica fora da escola pública. A afirmação foi dita numa altura em que vários pais têm tido dificuldades para inscrever os filhos nas escolas dos centros urbanos. Muitas crianças acabaram por ficarem colocadas nas periferias, .
Em declarações à margem da inauguração da reabilitação da escola primária de Oliveira, no concelho de São Pedro do Sul, João Costa admitiu a demora na colocação de algumas crianças nas escolas, devido a matrículas que “chegaram tardiamente no final de agosto”, mas assegurou que quem quiser estudar na escola pública tem lá lugar.
“Não há nenhuma criança que não seja acolhida na escola pública. Às vezes, se a inscrição chegou muito tarde, precisamos de alguns dias para encontrar a escola de colocação, mas todos os que quiserem inscrever na escola pública têm um lugar”, disse.
O ministro da Educação referiu ainda que as distâncias entre escolas não são muito grandes e entendeu que não deve haver “preconceitos” sobre determinados estabelecimentos de ensino.
“Numa cidade, se as escolas do centro estão todas lotadas, pode haver uma ao lado que ainda tem vagas, mas nunca estamos a falar de distâncias muito grandes. Na maior parte das vezes, estamos a falar dos grandes centros urbanos, onde às vezes e de forma até injustificada se passa a palavra sobre a reputação desta ou daquela escola e depois, quando as pessoas querem pôr os filhos e não encontram vaga… não há grande razão para esses preconceitos”, afirmou.
João Costa sublinhou ainda o aumento do número de alunos e destacou a chegada de muitos imigrantes às escolas, dizendo que “é bom para o país”.
Escola primária inaugurada após obras de mais de 800 mil euros
O ministro da Educação presidiu na última sexta-feira (22 de setembro) à inauguração da reabilitação do jardim de infância e da escola primária de Oliveira, na freguesia de Sul, em São Pedro do Sul.
A intervenção teve como objetivo restaurar o atual edifício, com melhorias do ponto de vista da eficiência energética, acessibilidades, segurança e conforto, tendo sido criados novos espaços e salas. A reabilitação representou um investimento superior a 840 mil euros e foi apoiada pelos fundos comunitários.
No seu discurso, João Costa disse que esta escola, que conta com 30 alunos, é “tão importante” como a maior do país. “Cada aluno é um indivíduo, uma pessoa e nós não estamos a educar para números. Estamos a educar para pessoas concretas e cada uma tem o direito à melhor das aprendizagens e à melhor das instalações”, afirmou o ministro.
O responsável elencou ainda o investimento na requalificação dos estabelecimentos de ensino em todo o país, que ascendeu a 870 milhões de euros de financiamento europeu no último quadro comunitário. Ao abrigo deste valor, foram intervencionadas mais de 1.000 escolas, “umas apenas com a remoção do amianto e outras com obras mais estruturais”.
E o investimento vai continuar, garantiu o ministro, agora através do Plano de Recuperação e Resiliência, que vai trazer cerca de 470 milhões de euros só para intervenções escolares. “Vamos conseguir ao longo dos próximos anos modernizar e requalificar 451 escolas por todo o país e, portanto, o nosso parque escolar vai ganhando cada vez mais qualidade e modernidade porque não são apenas obras, mas obras associadas a um projeto educativo”, disse.
O diretor do Agrupamento de Escolas de São Pedro do Sul, Adriano Azevedo, deixou alguns recados a João Costa, apelando-o para deixar que a Câmara coloque um técnico de informática a dar aulas.
“Neste momento, apenas nos faltam dois professores, um na disciplina de espanhol e outro na informática, que é o caso mais problemático. Eu faço um apelo ao senhor ministro e lembro a ideia de as câmaras colocarem eventualmente técnicos de informática nos agrupamentos. É uma excelente ideia porque um concurso para técnicos seria mais fácil do que propriamente o concurso de professores”, sugeriu.
Atualmente, o Agrupamento de Escolas de São Pedro do Sul conta com 1.300 estudantes de 21 nacionalidades. “No último ano, houve um acréscimo de 107 alunos”, disse o diretor que também pediu um reforço de recursos humanos, nomeadamente psicólogos, para acompanhar mais de perto os estudantes estrangeiros.
Adriano Azevedo sublinhou que a escola requalificada permite que as crianças possam ter uma aprendizagem mais atualizada e que a renovação das mesmas tem resultado num aumento da população escolar. Adiantou também que a nova Escola Secundária de São Pedro do Sul – que tem sofrido obras de beneficiação – irá ficar pronta no próximo ano, prevendo-se que os alunos regressem ao espaço “entre o Carnaval e a Páscoa”.
Já o presidente da Junta de Freguesia de Sul, José Soares Duarte, recordou na sua intervenção que a escola de Oliveira “esteve em vias de ser fechada” por falta de alunos. “Tenho a noção de que as aldeias só se mantêm enquanto houver escolas. Assim, ficamos gratos pela ajuda dada à nossa freguesia”, disse.
O presidente da Câmara de São Pedro do Sul, Vítor Figueiredo, destacou o investimento municipal na educação e em obras nas escolas, apostando na “criação de melhores condições de ensino” para a comunidade local. O autarca frisou ainda que a escola de Oliveira acolhe “tantas crianças de aldeias distantes”.
Mãe pede apoio ao ministro
Entretanto, também à margem da inauguração do estabelecimento primário, uma mãe de um aluno com necessidades especiais pediu apoio ao ministro da Educação, mostrando-se preocupada com o filho que tem dislexia e com outras crianças com mais dificuldade.
A progenitora disse a João Costa que as crianças precisam de ter maior acompanhamento e de passar mais horas na escola do que aquelas que estão previstas para os outros alunos, uma vez que, em Oliveira, há uma professora que dá aulas aos quatro anos do primeiro ciclo.
O diretor do Agrupamento de São Pedro do Sul, Adriano Azevedo, disse estar a acompanhar o caso e garantiu que as crianças com necessidades vão ter direito a professores de ensino especial.