Autor

João Rodrigues

08 de 10 de 2021, 17:32

Colunistas

A arte de saber escutar diminui o alheamento e apura a liderança e decisão

Mais do que nunca, a responsabilidade é grande, viveremos uma época de oportunidades únicas de mudanças estruturais, com peso também importante das autarquias

Infelizmente e conforme era previsível, cerca de metade dos eleitores, absteve-se de tomar uma opção, sobre quem serão os nossos representantes nas autarquias, para os próximos 4 anos.
Na noite eleitoral, a abstenção, apenas foi assunto sério, até se começarem a conhecer os primeiros resultados das diversas candidaturas. Apesar de todos se mostrarem preocupados com a apatia de muitos eleitores, a minha expectativa, é que este tema, apenas voltará a ser “importante”, numa próxima noite eleitoral, provavelmente com taxas de abstenção ainda superiores…
Como referi na minha última crónica, o poder local, pela proximidade, por ser a primeira voz do povo, não pode ser gerador de tanta indiferença. Acresce, que os próximos 4 anos, serão de responsabilidade acrescida para as autarquias, ainda com mais influência no quotidiano de todos nós.
No imediato, deverá ser grande a importância que vão ter na concretização do Plano de Recuperação e Resiliência, através de projetos que venham trazer benefícios, que espero estruturais, a todo o território e também pela possibilidade de investimentos, a que as próprias autarquias, se podem candidatar. A operacionalização de programas de transferência de competências para as autarquias, marcará também, o desempenho dos novos responsáveis. Neste âmbito, o princípio já por diversas vezes testado, é que a maior proximidade aos problemas e às pessoas, melhora a decisão. Mas não chega! O rigor, a seriedade na análise e gestão dos processos, a isenção, os meios, a adequada identificação dos pressupostos e o bom conhecimento do processo de decisão, enfim, a competência, serão fatores críticos!
Mais do que nunca, a responsabilidade é grande, viveremos uma época de oportunidades únicas de mudanças estruturais, com peso também importante das autarquias.
Defenderei sempre, que estes processos de transformação e não só, produzirão melhores resultados se conseguidos através de uma política de muita proximidade, com os destinatários finais das ações, ou seja, com todos nós! É crucial que exista uma rede bem oleada de comunicação rigorosa, muito frequente, de escuta humilde e permanente, transparente entre os cidadãos e os decisores locais. Não será de muito difícil concretização, assim exista essa vontade! Estou também convencido, que se tal acontecer, poupar-se-á muito no esforço de tentativa de proximidade nas campanhas eleitorais, sem grandes resultados, como se constata pelo elevado alheamento dos cidadãos. Mais importante do que os líderes estarem próximos das pessoas, será sempre, as pessoas sentirem-se próximas dos líderes. Assim é na boa gestão e na boa liderança!