A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
A Farmácia Grão Vasco procura estar perto da comunidade e atenta às…
O ano passa a correr e já estamos no Natal. Cada mês…
por
Eugénia Costa e Jenny Santos
por
André Marinho
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
1. O Censos 2021 revelou-nos a exactidão do que já sabíamos: nos últimos dez anos Portugal perdeu gente, muita gente. Foram 214.286 pessoas. Desde 1864, ano em que começaram estas contagens, só duas vezes é que tal aconteceu:
— na década de 1960/70 a população mingou 3,2%, essencialmente por causa da emigração de baixa escolaridade para a Europa;
— agora diminuiu 2%, porque não há bebés e porque houve emigração de cidadãos formados e com os smartphones cheios de apps.
As únicas regiões que escaparam a esta sangria foram a Área Metropolitana de Lisboa (+1,7%) e Algarve (+3,7%). Todas as outras perderam população.
2. Sem surpresa, o distrito de Viseu perdeu 26.061 pessoas, somos agora 351.592, menos 6,9% do que em 2010. Há 21 concelhos com quedas entre 6,5 e 13,9% e Tabuaço perdeu um em cada cinco habitantes (-20,6%). Pior no país só o alentejano Barrancos (-21,8%).
Contrastes nesta desgraça: Sernancelhe aumentou 42 pessoas (+0,7%) e Viseu 419 (+0,4%).
O concelho de Sernancelhe está bem cuidado, tem uma boa autarquia, mas isso só não explica este comportamento demográfico positivo cujas razões não sei explicar.
Quanto a Viseu, há muita informação sobre o que aconteceu. O PSD e a câmara de Viseu, especialistas em festas e festinhas, lançaram os foguetes e apanharam as canas quando se conheceram estes números. Cucos a pôr ovos em ninho alheio.
Segundo as estimativas anuais do INE, até 2018/9, Viseu perdeu mais de dois mil habitantes. Foi só no final da década que as coisas se inverteram graças a um fluxo muito grande e rápido de imigrantes, na sua maior parte brasileiros.
Há mais de três mil legalizados no SEF, a que se devem acrescentar outros tantos não-legalizados, conforme estimativa que o Folha de S. Paulo fez para todo o país, num bem informado artigo de 8 de Agosto.
Bem-vindos sejam eles. Que tenham sorte e consigam realizar os seus sonhos de uma vida melhor.
Ora, enquanto em Braga, que quer ser uma espécie de “Braguil”, a autarquia tem uma política activa de atracção de brasileiros, a câmara de Viseu não tem. Como é que eles então, nos últimos dois/três anos, descobriram a cidade de Viriato?
É aqui que entra Henrique Uchoa, o homem do canal do YouTube “Cabeludo em Portugal”, que veio viver para Viseu em 2018 e se tornou num excelente divulgador da cidade das rotundas.
“Olá, meu futuro vizinho!” diz ele nos seus vídeos, enquanto explica o quanto é bom viver nesta terra, como são bonitos os seus bairros, como alugar casa, como comprar um carro, como matricular os filhos nas escolas, como arranjar médico de família, como tratar dos assuntos com o SEF. Vídeos práticos, apelativos, eficazes, exactamente o contrário do “marketing territorial” nefelibata e caro do dr. Jorge Sobrado. Houve até quem “acusasse” o Henrique, não o Jorge, de estar a “aquecer” o mercado imobiliário viseense.
Agora o simpático “cabeludo”, que por sinal é careca, foi viver para Portimão, onde o mercado das casas também está bem animado e as rotundas, comparadas com as de Viseu, são um desleixo. Ele disse-o num vídeo e levou “porrada” por isso.
Fica explicado. Viseu aumentou de população mas isso não teve nada a ver com a política de festas e festinhas dos últimos oito anos, essas só serviram para que milhares de viseenses tivessem que procurar modo de vida em outras paragens.
O que fez disfarçar o declínio de Viseu foi a vinda recente de milhares de brasileiros.
Este crescimento populacional dos últimos três anos não está consolidado e deveu-se não à acção dos políticos locais mas sim a figuras como o “cabeludo” Henrique que fornecerem alguma luz ao negrume de exasperação e desesperança criado nos seus concidadãos pela inenarrável incompetência de Dilma Rousseff e pela insipiência fascistóide de Jair Bolsonaro.
por
Eugénia Costa e Jenny Santos
por
André Marinho
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Jorge Marques
por
João Azevedo