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Dilemas morais

 Dilemas morais - Jornal do Centro
15.10.22
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 Dilemas morais - Jornal do Centro

“Não posso cometer o pecado de matar e não o vou fazer. Não estou preparado para matar por nenhuma espécie de ideais, matar alguém seja em guerra ou de outra forma é algo que não sou capaz de fazer. Não tenho o direito de empunhar uma arma e disparar contra pessoas”, é desta forma que Ivan Vitalyevich Petunin, cantor de hip hop e battle-rapper mais conhecido como Walkie T, explica o dilema que lhe foi posto, em 21 de Setembro, pela “mobilização parcial” decretada na Federação Russa.
Num vídeo partilhado no Telegram, que faz chegar as lágrimas aos olhos, ele descreve o que Putin fez aos russos: “estamos todos prisioneiros de um maníaco, que nos dá três opções: ou a prisão ou o exército ou a escolha que fiz”. Antes, nesse mesmo vídeo, já tinha descrito o que ia fazer: “peço perdão aos que me amam, mas, às vezes, nós temos de morrer para estarmos de acordo com os nossos princípios.”
No dia 30 de Setembro, Walkie T lançou um álbum e, a seguir, atirou-se do décimo primeiro andar de um prédio na sua cidade natal de Krasnodar.

Não é a primeira vez que escrevo aqui isto: as democracias não põem os seus cidadãos perante dilemas morais, as ditaduras põem. É por aqui que passa a linha que separa a liberdade da opressão.
Escreveu George Steiner: “nada é mais brutalmente absurdo do que a tendência por parte dos seres humanos de se atirarem às chamas ou de se matarem uns aos outros em nome da nacionalidade ou movidos pelo sortilégio pueril de uma bandeira. A cidadania é um pacto bilateral que está, ou deveria estar, sempre sujeito a um exame crítico, sendo, se necessário, revogável.”
Nestes meses desgraçados que se seguiram à invasão da Ucrânia, nada foi para mim mais absurdo do que ver gente a defender que se deviam fechar as fronteiras aos russos que saíam do seu país para não serem levados por Putin para um matadouro.
Quantos fugiram? Dezenas de milhar? Centenas de milhar? Fizeram eles bem. Escaparam a uma guerra imperialista e colonial tão repulsiva como a que Salazar e Caetano travaram em África. Fizeram eles mais do que bem. E foi uma desgraça Ivan Petunin não ter feito o mesmo.

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