Autor

Jorge Marques

14 de 05 de 2022, 08:48

Colunistas

Escolha Imperfeita ou Modernidade?

Quase com 50 anos de democracia, tem que se exigir mais qualidade aos líderes partidários

Não é verdade que a vida dos partidos seja um exclusivo dos seus militantes e dirigentes. Isso porque a vida de todos os portugueses vê-se confrontada permanentemente com decisões nos órgãos do Estado e Parlamento, que apenas se orientam segundo interesses partidários e não do país. Já se percebeu também, que não há bons governos sem oposições inteligentes. Por isso a Sociedade Civil deve estar atenta ás vidas partidárias, á eleição dos seus dirigentes, porque amanhã serão governantes! Temos agora a eleição da liderança do PSD e dois candidatos que não podiam ser mais diferentes. O que deve um cidadão dizer, no uso do seu direito de opinião?

Quando Montenegro aparece como candidato, recordo uma frase sábia de Poiares Maduro: “São precisos novos protagonistas e não uma escolha imperfeita”. Porque é que Montenegro é imperfeito? Porque: Apenas quer poder e o país precisa de uma oposição inteligente e não do bota-abaixo; o PSD precisa de modernidade e não do tribalismo que vive de guerrilhas e conspirações; a política precisa de novas ideias e ter mundo; há mais vida para além dos partidos e estes precisam ligar-se á Sociedade Civil; é preciso pensar primeiro no país. Montenegro não saberá responder a isto!
Moreira da Silva? Sabe-se do seu pensamento e obras; vem por sentido de responsabilidade; quer fazer uma oposição construindo alternativas com desafios e reformas; quer acabar com o discurso panfletário e com aquela preguiça mental dos que se escondem por detrás dos fantasmas esquerda/direita, como se a política fosse um jogo Porto/Benfica; fez na sua vida aproximações á Sociedade Civil criando grupos de reflexão. É uma rutura porque a maior parte dos políticos usam pouco a humildade-inteligente e preferem a arrogância-ignorante.

Quase com 50 anos de democracia, tem que se exigir mais qualidade aos líderes partidários. Porque reformar a política não é substituir um governo por outro. Reformar a política é trabalhar Pessoas, Sistema, Cultura e não falar só do presente e da legislatura, mas do nosso direito ao futuro!