Autor

João Pedro Barros

14 de 01 de 2022, 16:44

Colunistas

Eu pecador me confesso - Jerusalém, a cidade das contradições

Em Portugal também continuam as contradições.

Acabei de ler um dos livros mais extraordinários de entre os muitos que, ou por obrigação ou devoção, passaram pelo meu ser e me permitiram crescer globalmente satisfazendo a mente e fortalecendo a minha central de comando cerebral. Obra essencial para a compreensão do clima de paz que se deseja no Médio Oriente e como bem refere Simon Sebab, autor do livro, a única cidade que existe duas vezes: no céu e na terra.
Ainda sintonizados com a quadra natalícia, a referência à cidade de Jerusalém sensibiliza-nos e confronta-nos com valores que nos permitem manter o conhecimento do SER que somos e que queremos continuar a preservar para além das formas de vida sujeitas ao nascimento e à morte. Jerusalém é eterna sofrendo, como em outras zonas do mundo, das mesmas doenças políticas e partidárias e da existência, por isso mesmo, de seres felizes uns, e contentes outros.
Lá como por cá todas as contradições são possíveis nomeadamente as religiosas, as políticas e o charlatanismo a que se junta uma dose muito substancial de hipocrisia.
Entre nós as eleições legislativas que se aproximam permitem-nos recordar o episódio televisivo “O Senhor Feliz e o senhor Contente” que fez as delícias de muitos portugueses.
Quem ouve os candidatos a procurar um lugar ao sol na política portuguesa sente-se perdido nos argumentos utilizados sem o mínimo de objectividade e de valor real para a melhoria de vida do povo português. Alguns chegam mesmo a envergonhar-nos. Só dois candidatos podem mesmo aspirar a atingir o objectivo de se alcandorar ao lugar de Primeiro-ministro. Um será o senhor feliz, o outro o senhor contente. Assim vai a política portuguesa, não valorizando os valores que a cidade de Jerusalém procurou desde sempre disseminar como relevantes.
Em Portugal também continuam as contradições.