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Joaquim Amaral
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Fachadas, biombos e turistofobia

 Fachadas, biombos e turistofobia
12.07.24
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 Fachadas, biombos e turistofobia

por
Joaquim Alexandre Rodrigues

Grigory Potemkin foi ministro e amante da imperatriz russa Catarina, a Grande. Rezam as crónicas que, mesmo depois da paixão entre eles ter passado de quente a fria, se mantiveram cúmplices e amigos.
É capaz de haver filmes sobre este affair, não conheço, conheço “O Couraçado de Potemkin”, de Serguei Eisenstein, de 1925, com a antológica sequência do carrinho de bebé no meio do tiroteio a descer as escadarias da cidade mártir de Odessa. Mas deixemo-nos dessa cinefilia quase centenária e fixemo-nos numa outra arte do ilustre Potemkin.
Andando Catarina e os seus convidados em viagem pelo Rio Dniepre, o sempre dedicado e operoso Potemkin arranjou nas margens umas aldeias vistosas e bonitas que eram só fachada, serviam de cenário para impressionar os convidados e para esconder a miséria em que viviam os aldeões. Passadas as embarcações imperiais, estas aldeias portáteis eram levadas para outro local mais à frente, eram remontadas e repetia-se o efeito.
Este truque cénico passou a ser conhecido como “aldeia de Potemkin” e tem um potencial metafórico óbvio — é propaganda, é fake, é uma fachada para consumo público que esconde uma realidade feia ou má.

Façamos agora uma viagem até ao Japão dos dias de hoje: a cidade de Fujikawaguchiko prepara-se para erguer um “biombo” de 2,5 metros de alto por 20 de comprido suficientemente grande para esconder o Monte Fuji e acabar com as hordas de turistas que fazem questão de ir a uma determinada praça daquela cidade que tem um ponto de vista icónico para aquele monte de 3776 metros de altitude. É a maneira que as autoridades encontraram para enxotar as multidões de telelé em riste, que sujam tudo, causam confusão e entopem o tráfego, só para fazerem uma selfie com o monte Fuji atrás.

Duas notas finais:
— a fachada de Potemkin esconde o feio, o biombo de Fujikawaguchiko, o belo;
— os turistas não são só mal vistos naquela simpática cidade japonesa; no domingo passado, em Barcelona, cidade em acentuada decadência política, uma caterva esquerdista andou a molestar, com pistolas de água, turistas que jantavam pacatamente nas esplanadas.

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