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A realidade matemática com que se apresentam os números nos parâmetros sociais, económicos e ainda nos índices de desenvolvimento e crescimento para o distrito de Viseu, demonstram de forma crua uma situação de crise sistémica e uma inoperância de direcção política.
Não obstante os catastróficos resultados que nos mostram as entidades oficiais, como o Instituto Nacional de Estatísticas ou o Observatório Nacional de Luta Contra a Pobreza, de forma recorrente, pese o agravamento com a situação pandémica, sentem ainda os poderes instalados que há e continua a haver motivos de orgulho para denominar o distrito como bastião social-democrata, Cavaquistão, PAFistão ou Laranjão.
Naturalmente cada um se incha pelos motivos que encontrar, mas pouco haverá a enfatizar, num distrito que se mantém destacado na liderança nacional, pela negativa, no que toca a pobreza e exclusão social estruturante em vários dos seus concelhos, num baixo índice de rendimento que cai para cerca de metade face à média nacional e que vê crescer de forma aparentemente inevitável as suas taxas de desemprego, a desertificação dos seus territórios, o abandono das suas áreas agrícolas e vinícolas, o encerramento ou deslocalização do seu tecido industrial e comercial, tudo isto acompanhado pelo fecho recorrente de serviços públicos, escolas, hospitais, centros e extensões de saúde, balcões da CGD e/ou CTT, tribunais, forças de segurança, e por aí fora.
A única coisa que parece prosperar é a resiliência dos que teimam em por cá ficar e fazer vida. Desta realidade não se separam os poderes políticos, e onde outros enxergam os tais motivos de orgulho, vejo eu apenas uma história recente da qual só se podem envergonhar. PSD, CDS e PS, têm vindo a dividir entre si seja o poder local e chamado a si a representatividade parlamentar do Distrito e concertado também entre si a resposta do estado central, com os desastrosos resultados em mãos.
E se é matemática a condição socioeconómica do distrito, também o é a cumplicidade destes partidos na concretização medíocre do desenvolvimento, da prosperidade da região e da coesão territorial. Merecemos mais, e estão à vista de todos e cada um, os elementos que mostram a urgência de repensar o rumo que tomamos e o futuro dos mandates de décadas.
Haverá certamente quem se orgulhe deste passado do distrito de Viseu, mas haverá também quem lute para que haja de facto um Presente e um Futuro, afinal, aqui vive um povo digno.
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Eduardo Mendes, coordenador de Ortopedia no Hospital CUF Viseu
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Laura Isabel B. Nunes
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Sofia Moreira de Sousa