Autor

Paulo Catalino

17 de 05 de 2021, 18:24

Colunistas

Hoje é Dia Mundial da Hipertensão!

Associadas a esta doença estão diversas causas: a hereditariedade, os hábitos alimentares, hábitos tabágicos, hábitos alcoólicos, stress, etc

O dia 17 de Maio é assinalado anualmente como o Dia Mundial da Hipertensão com o objetivo de sensibilizar e motivar a população à mudança de hábitos, no sentido de prevenir e controlar esta doença crónica e silenciosa.
A Hipertensão Arterial é considerada a principal causa de morte prematura em todo o mundo causando anualmente cerca de 7 milhões de mortes, um número demasiado elevado, sendo imprescindível divulgar a importância da prevenção, da detecção e do tratamento da hipertensão, sabendo que 40% da população portuguesa é hipertensa.

A hipertensão arterial ocorre quando existe um aumento da pressão exercida pelo sangue nas artérias, podendo ter como consequências graves para o organismo e em particular os órgãos- alvo - os rins, olho, cérebro e sistema cardiovascular. Associadas a esta doença estão diversas causas: a hereditariedade, os hábitos alimentares, hábitos tabágicos, hábitos alcoólicos, stress, etc.

Nesse sentido, a popular expressão de “Medir a tensão”, na medida exata de referência à medição da pressão arterial (PA), é um gesto / hábito precioso, pois é um dos principais indicadores da nossa saúde, dando-nos a conhecer dois valores importantes a vigiar: um valor “máximo” - pressão sistólica que corresponde à força que o sangue exerce na parede das artérias ao ser bombeado pelo coração e um valor “mínimo” - pressão diastólica registada quando o coração se distende e relaxa e a pressão exercida na parede das artérias é menor. Existem limites de normalidade, isto é, valores que é importante não ultrapassar, devendo idealmente, em repouso os valores da pressão arterial encontrar-se abaixo de 140/90 mm Hg; quando estes valores são superiores podemos estar na presença de hipertensão arterial, sendo um fator de risco para doenças como o acidente vascular cerebral, a angina pectoris, o enfarte do miocárdio, a aterosclerose, a insuficiência cardíaca e renal, etc. Inicialmente, a hipertensão arterial é assintomática, isto é, pode não causa sintomas e normalmente é feito o seu diagnóstico quando já existem danos.

A medição da PA deve ser realizada, de preferência, por um profissional de saúde. Deverá optar por um aparelho / medidor de tensão e usar em casa, respeitando sempre as regras de utilização do aparelho de medição, será fundamental para obter valores fiáveis (se utilizar um aparelho com braçadeira, deve adequá-la à dimensão do braço e se usar um dispositivo de pulso deve colocar o braço junto ao peito, ao nível do coração), pelo menos em 2 momentos diferentes e com registos de pelo menos 2 valores.

Se os valores apresentados não estiverem normais é necessário recorrer ao seu médico. Se aliado a estes valores estiverem sintomas como: dor de cabeça, falta de ar, visão turva, zumbido no ouvido, tonturas e dores no peito, a doença possivelmente já estará numa fase avançada, podendo causar danos irreparáveis. Nunca deixe de procurar o seu médico e avaliar a sua situação.
Todos beneficiam com esta valiosa vigilância porque medir a tensão arterial contribui tanto para verificar / prevenir, para detetar o mais precocemente novos possíveis casos, bem como a efetividade da terapêutica de quem já é hipertenso.

Em suma, existem práticas saudáveis e imprescindíveis na prevenção desta doença:
Reduzir a ingestão de sal;
Fazer uma dieta equilibrada;
Evitar a ingestão de álcool e o consumo de tabaco;
Avaliar regularmente os valores de hipertensão, sendo os valores ideais nos 120/80 mm Hg (milímetros de mercúrio), acima de 140/90 mm Hg já se considera estar numa situação de hipertensão arterial
Manter as suas consultas de rotina se já for um hipertenso diagnosticado e tomar a sua medicação, se for o caso.
É imprescindível mudar de hábitos e ajudar os que nos rodeiam a mudar também, sendo a hipertensão uma doença crónica e silenciosa.

Devemos evitar que seja tarde demais!

Paulo Catalino, Especialista em Medicina Geral e Familiar no Hospital CUF Viseu