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Lideranças fracas para líderes demasiado fortes na saúde

 Lideranças fracas para líderes demasiado fortes na saúde
21.06.24
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 Lideranças fracas para líderes demasiado fortes na saúde

por
Diogo Chiquelho

Há dias soube-se que a Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) de Viseu Dão-Lafões demitiu-se em bloco, alegadamente por sentir desconfiança política por parte da Ministra da tutela, Ana Paula Martins. De facto, o que terá alegado a Administração da ULS terá sido uma “quebra de confiança política”, contudo poderemos assumir que quem não tem confiança em algo ou alguém, tem desconfiança nesse algo ou alguém. Isto porque o não ter nem um nem outro, suponho eu, seria entendido como uma janela de oportunidade para que essa confiança se construísse e se consolidasse. Não será normal que uma recém-empossada ministra, olhando para a situação orgânica e logística do pelouro que assumiu, sinta uma certa desconfiança na gestão da saúde? Eu diria que sim e sendo honesto: eu, que não tenho essas ou outras responsabilidades na saúde, tenho as minhas reticências.
Ocorrendo numa fase em que se dava a entender que o encerramento temporário da urgência pediátrica da ULS Viseu Dão-Lafões ocorreria por má administração, a ministra afirmou que há “lideranças fracas” no SNS. É claro que o contexto permite esse entendimento e, portanto, a Administração sentiu-se diretamente afetada e, no seu direito, decidiu afastar-se. Face ao circunstancialismo, é uma decisão ponderada e sensata perante a evidente desconfiança da tutela.

Mas é de meu entendimento que aquela afirmação em si não deixa de ser genérica, pois parece-me que se estende para além daquela Administração demissionária. Mas alguém acha que isto está errado? Não é evidente que há vários casos de ULS com má gestão? Também não é evidente que, da mesma forma, há exemplos de ULS com uma excelente gestão, bem melhor do que aquela que seria expectável face aos recursos disponíveis? Por isto, mais do que uma declaração subjetiva, o que a ministra disse é uma verdadeira constatação. É o relato da factualidade.
Este receio de ferir sensibilidades que paira por todo o lado tem de se perder. A ministra foi clara em dizer ao que veio e isso é algo que, a mim, me agrada muito em quem tem responsabilidades governativas públicas. Cada vez menos me apetece ouvir declarações obscuras quanto ao que vêm. Prefiro que se possa saber ao que alguém vem e com o que contar.

Opostamente, apesar da ministra ter sido direta, assertiva e polémica, não deixou de ser inconveniente do ponto de vista da liderança. A sua pública constatação não é, só por si, o melhor exemplo de liderança. Em primeiro lugar, porque dos mais difíceis papéis de liderança é gerir as pessoas, ou seja manter equipas motivadas, empoderadas e confiantes. Passar certos atestados públicos não é a melhor ideia para essa finalidade. Em segundo lugar, porque cria reticências no leque de pessoas disponíveis para assumirem esse papel futuramente. Por certo que aquando do convite, os membros da futura Administração recearão pela sua reputação no caso de algo correr menos bem, dado sentirem o risco de a tutela poder publicamente deixar certas (in)diretas. Teria sido mais cordial e correto que a ministra se dirigisse diretamente às Administrações que considera como fracas e as substituísse, ao invés de publicamente ter afirmações arriscadas.

Contudo, não mentirei: as afirmações da ministra são puras constatações que qualquer um consegue retirar: há lideranças fracas e fortes na saúde. Prefiro a inconveniência em prol da eficiência à cordialidade em prol da estagnação ou retrocesso. Neste sentido, a saída pelo próprio pé pode ter sido um efeito pretendido pela própria ministra, reconhecendo-lhe essa eficiência: motivou uma oportunidade de substituir uma das lideranças que considera fraca.

 Lideranças fracas para líderes demasiado fortes na saúde

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