Autor

João Rodrigues

04 de 05 de 2022, 17:12

Colunistas

Meu caro PRR, a quanto deves obrigar!

Será que conseguimos? Será que vamos ter sucesso? O que pretendemos, de cada organização, de cada serviço, de cada secção, do desempenho a nível individual?

Os investimentos previstos na formação dos quadros e em particular dos dirigentes, da nossa administração pública, são de extraordinária importância e surgem numa altura crucial, face aos momentos de grande transformação que vivemos.

Ainda bem que o PRR, apesar de ser um fator exógeno, veio dar visibilidade, impulsionar e também financiar estes investimentos, face ao carater fundamental que a administração pública deve ter, no crescimento e desenvolvimento de um país. Sim, por esta via, poderemos ter algumas mudanças estruturais, que tanto adiamos e que tanta falta nos fazem.

Mas, ficar apenas pela formação, não chega!
Todos concordaremos, que temas relacionados com a revolução digital que vivemos, o teletrabalho, a exigência de inovação, a qualidade e rapidez na prestação do serviço, a sustentabilidade, o trabalho em rede, a estreita ligação a toda sociedade, a cibersegurança, as essenciais boas práticas de liderança que fazem toda a diferença, por si só, obrigam a grandes transformações, a que é crucial dar uma boa resposta.

Será que conseguimos? Será que vamos ter sucesso? O que pretendemos, de cada organização, de cada serviço, de cada secção, do desempenho a nível individual?
Pois… o que nos permitirá, no futuro, concluir se conseguimos ter sucesso? Existem ou estarão a ser pensadas métricas, que permitam avaliar, se foram conseguidos os objetivos? Por exemplo, quanto se pretende melhorar o nível de satisfação de quem recorre aos serviços, fisicamente ou de forma digital? Qual a melhoria do nível de serviço, em dias, para gestão de alguns processos? Quantas pessoas serão afetas, de serviços atualmente menos relevantes, para outros onde existe maior necessidade? Qual o grau de digitalização, dos processos rotineiros?

A criação de indicadores de performance, em primeiro lugar para as organizações, em cascata para as suas equipas, facilita avaliações, correções, orientação e desafia! E quem não precisa de ser desafiado?
Se não se definir bem o que pretendemos e a frequente medição da sua concretização, sempre que possível quantitativamente, também eu tenho receio, que o nível de sucesso de todo o investimento, seja medido, essencialmente pelas horas de formação efetuadas… e essa avaliação para pouco terá servido!