Autor

Maria Teresa Martins

20 de 09 de 2021, 15:22

Colunistas

Saúde e sabor no regresso à escola

Existe maior estímulo e publicidade a produtos alimentares com pouco valor nutricional do que a alimentos saudáveis

Chegou o outono e o regresso às aulas também!
Depois de preparado o material escolar voltamos à azáfama e rotina do dia a dia. Na realidade, as rotinas estabelecidas sofreram alterações devido à pandemia por Covid-19, com restrições na utilização de equipamentos como os bufetes das escolas, que obrigam a levar o lanche preparado de casa. Esta é uma tarefa acrescida e uma preocupação constante para pais e mães.
Conscientes destas dificuldades, no início de mais um ano letivo, recordamos as recomendações do “Guia para lanches escolares saudáveis”, um documento conjunto da Direção Geral da Saúde e da Direção Geral da Educação, que descreve de forma sucinta a importância da alimentação na saúde e desenvolvimento das crianças, apresentando algumas regras simples para a constituição de um lanche saudável, incluindo alguns cuidados a ter na sua preparação, transporte e consumo.
Dados do último Inquérito Alimentar Nacional revelam que as crianças e adolescentes são os grupos com hábitos alimentares mais desequilibrados.
A maioria das crianças e adolescentes portugueses não atingem o consumo de, pelo menos, 400 g de fruta e hortícolas por dia, recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Já o consumo de refrigerantes e/ou néctares é elevado.
Este guia pode ser consultado na página do Serviço Nacional de Saúde ou através do link:
https://nutrimento.pt/activeapp/wp-content/uploads/2021/04/GuiaLanchesEscolarespdf.pdf
Nele são apresentadas 6 boas razões para nos preocuparmos com a elaboração dos lanches escolares:
Cerca de 25% da ingestão energética diária provém dos lanches, sendo que o da tarde deverá ser mais reforçado, enquanto o da manhã poderá ser mais ligeiro.
Ao lanche consomem-se habitualmente produtos com pouco valor nutricional. As refeições intercalares são, muitas vezes, propícias a hábitos alimentares desequilibrados, por isso é elementar investir na sua qualidade para que sejam saborosos e saudáveis.
A alimentação saudável é importante no desenvolvimento cognitivo e rendimento escolar. A escolha dos alimentos para estas refeições deve ser baseada nas suas preferências, mas também nas necessidades nutricionais que variam muito entre as crianças do pré-escolar e os adolescentes do ensino secundário, assim as porções devem ajustar-se às diferentes idades.
Existe maior estímulo e publicidade a produtos alimentares com pouco valor nutricional do que a alimentos saudáveis. A educação alimentar a partir de casa é fundamental como promotora da alimentação saudável, nas muitas escolhas alimentares que se faz ao longo do dia.
Preparar um lanche escolar saudável e apelativo é um grande desafio. O recurso à criatividade na elaboração das ementas e o envolvimento das crianças e jovens na preparação dos alimentos contribuem para a melhoria dos hábitos alimentares.
As restrições devido à COVID-19 favoreceram alterações nos hábitos das crianças levando-as a adotar comportamentos alimentares e de atividade física que promovem o ganho de peso. É importante combater a obesidade e o excesso de peso, já que em Portugal 29,6% das crianças entre 6 e 9 anos sofrem destes problemas.

O manual é uma preciosa ajuda, com informação diversa e dicas muito práticas para responder a estas preocupações, desde uma checklist para verificar se um lanche é saudável, até sugestões de receitas para a confeção de produtos, passando por várias propostas de ementas.
Consulte-o e ganhe um aliado na preparação de lanches apelativos com comida saudável e que tanto crianças como jovens vão adorar!

Maria Teresa Paim Leal Martins
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação, UCC Viseense