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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Um médico infeciologista recebeu em 27 de dezembro de 2020 a primeira vacina contra a Covid-19 em Portugal, de um primeiro lote de 9.750, iniciando um processo que dois anos depois contabiliza 26,5 milhões de doses ministradas.
A campanha de vacinação contra a doença provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2 arrancou simbolicamente no Hospital de São João, no Porto, faz hoje precisamente dois anos, quando António Sarmento recebeu, na presença da então ministra da Saúde, Marta Temido, aquela que deverá ter sido a vacina mais mediática.
O primeiro lote de vacinas tinha chegado a Portugal no dia anterior e tinha sido desenvolvido pela Pfizer-BioNTech. Por as vacinas serem ainda poucas a nível mundial o primeiro lote foi destinado a profissionais de saúde, mais expostos à Covid-19.
As vacinas, desenvolvidas também por outras farmacêuticas, haveriam de chegar com regularidade ao país, primeiro para pessoas de grupos considerados prioritários (como pessoas idosas, com doenças, ou profissionais de saúde, trabalhadores de lares e de serviços essenciais) mas depois alargadas a toda a população.
Há dois anos, nesta data, a Covid-19 (nove meses após o primeiro caso registado no país) já tinha provocado 6.556 mortes, dos 392.996 casos de infeção confirmados, segundo os dados de então da Direção-Geral da Saúde.
Sempre facultativa, a vacina foi nos últimos dois anos administrada a quase todas as faixas etárias (a partir dos cinco anos), com todas as pessoas com mais de 25 anos a terem recebido pelo menos uma dose, e foram dadas doses de reforço, estando atualmente disponível (desde dia 22) a vacinação de reforço para pessoas com mais de 50 anos na modalidade “Casa Aberta”, sem necessidade de marcação.
A modalidade continua também disponível para grupos profissionais prioritários (com recurso a senhas digitais) e para a vacinação e reforço de pessoas entre os 18 e 59 anos e vacinação primária acima dos 12 anos.
O reforço da vacina contra a Covid-19 define como grupos prioritários pessoas com 60 ou mais anos; grávidas com idade igual ou superior a 18 anos e doenças definidas pela norma publicada pela Direção-Geral da Saúde; pessoas com 12 ou mais anos com patologias de risco, estudantes em estágio clínico, bombeiros envolvidos no transporte de doentes e profissionais de Estabelecimentos Prisionais.
Segundo os últimos dados oficiais a atual campanha de vacinação outono-inverno, de reforço, já abrangeu mais de 2,9 milhões de pessoas.
Atualmente estão disponíveis em Portugal oito tipos diferentes de vacinas e segundo o Ministério da Saúde, nos dois anos do programa de vacinação, entre primeiras doses e doses de reforço, foram administrados 26,5 milhões de doses.
Um balanço do Ministério da Saúde indica também que foram inutilizados quase 2,1 milhões de doses, por ter expirado o prazo de validade, correspondendo a 5,5% do total, uma das menores taxas de inutilização na Europa.
O Governo diz também que para otimizar as doses de vacinas disponíveis, Portugal procedeu desde 2021 à revenda e doação de vacinas, tendo já sido doados cerca de oito milhões de vacinas e revendidos mais de 2,5 milhões de doses.
Até agora, de acordo com a mesma fonte, Portugal recebeu 38,5 milhões de doses de vacinas, de diversas tecnologias, em articulação com outros países da União Europeia, num processo liderado pela Comissão Europeia.
A Lusa questionou o Ministério da Saúde sobre os custos de todo o processo de vacinação mas não obteve resposta.
De acordo com estimativas internacionais, as vacinas permitiram salvar cerca de 20 milhões de pessoas em todo o mundo. Em Portugal, estima-se que as vacinas preveniram 1,2 milhões de infeções e evitaram cerca de 12 mil mortes.