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16 de 01 de 2023, 11:29

Cultura

Dança: Mostra New Age, New Time quer “rasgar fronteiras e preconceitos”

Mostra de dança contemporânea do Teatro Viriato começa esta terça-feira. O último dia contará com três espetáculos em três locais diferentes de Viseu

cocoon teatro viriato

Fotógrafo: Ana Soares

Estilos diferentes de dança vão-se cruzar na 11.ª edição da mostra New Age, New Time organizada pelo Teatro Viriato, em Viseu, que quer "rasgar fronteiras e preconceitos" com uma programação "arrojada e provocadora".

A iniciativa, que arranca já esta terça-feira (17 de janeiro) e vai prolongar-se até dia 27, propõe oito espetáculos de dança contemporânea que visam promover “infinitas possibilidades de leitura, de relações, de discursos e de apropriação” e apoiar coreógrafos emergentes e consagrados no panorama nacional.

“Estéticas diversificadas irão-se cruzar com diferentes disciplinas, durante duas semanas, num desafio constante de olhar o mundo sem complexos e limites, de refletir sobre os diferentes corpos que rasgam fronteiras e preconceitos e ainda sobre as categorizações sociais e políticas intolerantes e limitadoras”, refere o Teatro Viriato em comunicado.

“A New Age, New Time é uma referência dentro do panorama artístico nacional. É intenção do Teatro Viriato continuar a realizar esta mostra de dança contemporânea, continuar a apoiar os jovens coreógrafos e procurar novos criadores para lhes dar visibilidade e fazer com que seja possível termos contactos com diferentes trabalhos criativos”, afirma o diretor artístico do Teatro Viriato, Henrique Amoedo.

A mostra vai ter início esta terça-feira com “Penumbra”, uma composição a solo de Bruna Carvalho que explora “a cristalização de imagens no plano da luz e sombra puras” e que questiona “o que construir a partir da impossibilidade em observar e escutar o corpo na sua totalidade, enquanto elemento externo e de que forma é possível trabalhar o potencial da luz na nossa perceção do mundo”.

Esta quinta-feira (dia 19), Elizabete Francisca procura transmitir através de gestos e sons uma representação possível da geografia política de um corpo não submisso, com a performance “A Besta, As Luas”.

A Companhia de Dança de Matosinhos e os artistas Manuel Tur e Regina Guimarães apresentam nos dias 20 e 21 de janeiro o espetáculo “Uma Bailarina Espe(TA)cular”, destinado ao público escolar e familiar.

Também no dia 21, Matthieu Ehrlacher chega a Viseu para apresentar "Cocoon”, que mostra a ligação entre o corpo e a coreografia. Já a 24 de janeiro o Teatro Viriato recebe “Atlas da Boca” de Gaya de Medeiros e que procura refletir sobre a boca como lugar de palavra, identidade e voz, além da interseção entre o público e o privado e entre o erotismo e a política.

No último dia, a 27 de janeiro, o Teatro Viriato convida o público a quebrar a barreira entre a dança e o espaço marginal do corpo com uma série de três espetáculos em três sítios diferentes.

O primeiro deles é “Neon 80”, de Beatriz Soares Dias, que vai subir ao palco do Teatro Viriato e que é inspirado nos conceitos de cyberpunk, cyberspace, cyborgbody e videojogo, procurando destacar “o lado marginal de um corpo, a sua persistência e sobrevivência, a sua oposição às regras e a sua busca por um espaço de liberdade”.

Segue-se “Selvilização”, da autoria de Catarina Keil e Fernando Queiroz que farão uma caminhada pelas ruas de Viseu e farão uma ponte entre o Teatro Viriato e a discoteca NB, onde acontecerá a última performance da noite, “Silent Disco”, de Alfredo Martins e Marco da Silva Ferreira.