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Fotógrafo: D.R./Daniel Vintém e Vítor Ferreira
A terceira edição do festival de artes Planalto promove várias manifestações de arte e um almoço comunitário, num ano em que “poderá ficar definida” a sua continuidade, disse o organizador.
“Temos uma edição muito rica em termos de programação cultural, diversificada, transdisciplinar, nas áreas da dança, teatro, cinema, da performance, instalação, arte pública”, adiantou à agência Lusa o criador e responsável pelo projeto, Luís André Sá.
Entre 4 e 9 de julho, “são praticamente 30 atividades que vão decorrer em espaços distintos que permitem fazer o mapeamento do território e, com isso, descobri-lo, que é também essa a identidade do festival”.
“As grandes vantagens deste programa é poder descobrir o território, porque as programações e a identidade do festival centra-se numa lógica de, não havendo uma infraestrutura municipal de apoio à cultura, ele acontece em espaços não convencionais”, disse Luís André Sá.
Assim, os espetáculos, que podem ser consultados na página do evento na internet, decorrem entre o pavilhão da Escola Secundária de Moimenta da Beira, “adaptado para o efeito”, e o ar livre, tanto na vila como nas margens do Rio Paiva.
“Uma das grandes apostas que o festival quer fazer no futuro é na área do circo contemporâneo e, este ano, vamos fazer o teste com o público e vamos abrir o Planalto com o espetáculo ‘Raiz’, de Daniel Seabra, que tem a escola do Chapitô”, anunciou.
O coreógrafo João dos Santos Martins abre o festival e o encerramento é com Vera Mantero, “uma histórica do movimento da nova dança portuguesa, com uma carreira internacional sedimentada e altamente elogiada”.
Na música, há concertos de Lula Pena e de Bandua, “uma dupla relacionada com a Beira Baixa e que traduz os cantares da região, adaptando a uma linha melódica inspirada no ‘downtempo berlinense’ e é um projeto recém-nascido que lança agora o primeiro álbum”.
Na área do teatro, Leonor Cabral apresenta “Ciclone”, “que [se] estreou agora no Temps d'Images, no Centro Cultural de Belém”, e ainda a artista brasileira Keli Freitas com “Um Lugar Ausente”, um “espetáculo muito bonito sobre uma investigação na sua árvore genealógica”
O programa de arte pública, que se iniciou em 2021, “tem três novos artistas este ano: André da Loba, Tomaz Hipólito e a Wasted Rita, a pensar o território para nele intervirem com uma obra de arte”, explicou Luís André Sá, que assumiu o desejo de “criar a médio longo prazo um circuito de arte pública visitável”.
“Há um dia, por exemplo, que começa às 10h00 com uma caminhada que começa na Fundação Aquilino Ribeiro, onde é feita uma visita, para seguirmos pelo Parque Paiva Natura e, ao longo de seis quilómetros, por locais que o escritor Aquilino Ribeiro referenciou nas suas obras”, destacou.
A caminhada acaba na praia fluvial de Segões onde “haverá um concerto de olhos vendados, pelo sonoplasta Luís Antero que estará em residência em Moimenta da Beira e vai percorrer o caminho antes e gravar os sons da natureza”.
“Após o concerto na praia fluvial há um almoço comunitário, em parceria com Associação Cultural e Recreativa de Segões, onde os pratos são os mais históricos e típicos da região, como as trutas papas de Ralão que serão feitos pelas pessoas da aldeia”, adiantou.
Neste almoço, “espera-se o diálogo entre gerações, entre as pessoas, porque o festival também tem este propósito de criar estas relações interpessoais e de gerar conhecimento, pensamento e massa crítica”.
O festival conta ainda com debates sobre Cultura e políticas culturais e ainda oficinas ao longo da semana com bailarinas da companhia Dançando com a Diferença, criada por Henrique Amoedo, que também marcará presença, assim como a bailarina Leonor Keil.
O Planalto – Festival de Artes nasceu em 2019 e, depois de em 2020 não se ter realizado devido à pandemia, em 2021 aconteceu em agosto, após dois adiamentos, e, este ano, regressa “com uma programação mais forte, apesar do corte orçamental”.
“Não conseguimos efetivar a candidatura à Direção-Geral das Artes em tempo útil, porque coincidiu com a semana do festival da edição de 2021 e isso traduz-se num impacto orçamental de menos 30 mil euros”, reconheceu.
Luís André Sá admitiu à agência Lusa que este corte “absurdo tem condicionado muito” a organização que está a trabalhar com “uma realidade financeira muito violenta”, tendo em conta que “é um ano em que tudo está mais caro”.
“Isto fragiliza as equipas, o festival, tudo. Estamos num ano também de reflexão interna, para saber o futuro, apesar dos bons indicadores para 2023, como novos parceiros privados que se querem juntar e contamos também com o alto patrocínio da Presidência da República”, assumiu.
Para este responsável, este apoio “é um selo importantíssimo, para um festival que tem apenas duas edições efetivadas” e apesar de “não ter uma concretização financeira é importantíssimo na credibilidade do projeto”.
“Na hora de apresentarmos o projeto a novos parceiros podemos dizer que o Presidente da República atesta a missão estratégica deste projeto, a sua validade e a sua intenção de trabalhar no território e isso engrandece-nos muito e dá-nos uma força imensa”, destacou.
A parceria com a Câmara Municipal de Moimenta da Beira faz com que “seja possível, não só pelo apoio financeiro como logístico”, reconheceu Luís André Sá, e apesar de “haver bons indicadores para o futuro”, este ano, será “uma edição onde, no fim, se vai decidir se o projeto vai, ou não, para a frente”.
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