Filipa Jesus

07 de 06 de 2021, 16:06

Cultura

Nove dias de Jardins Efémeros em Viseu em diferentes linguagens

É um festival com um apoio de 100 mil euros do município e cerca de 60,9 mil euros da Direção Geral das Artes

Jardins Efémeros 2021

Uma nova edição do festival Jardins Efémeros está de regresso ao coração de Portugal. Vai realizar-se entre 03 e 11 de julho, em Viseu, tem como base “A Palavra e as Linguagens” e uma programação criada para públicos diversificados assente em oito categorias.

“Vamos ter muitos espetáculos internacionais, sendo seis deles estreias que nunca vieram a Portugal sequer. Portanto, há uma programação cuidada de afirmação de Viseu como uma cidade criadora de conteúdos nacionais e internações, não é locais”, começa por dizer Sandra Oliveira, diretora artística e criadora do projeto, frisando que o objetivo é “estimular o bem estar e uma harmonia entre o parque e corpo”.

“Artes Visuais, Arquitetura, Som, Cinema, Pólis, Oficinas, Mercados e Teatro & Dança" são as categorias "adaptadas ao tema deste ano: 'A Palavra e as Linguagens'", a decorrer "entre 03 e 11 de julho”, anunciou a diretora e criadora do projeto, Sandra Oliveira.

A responsável destacou a presença, “pela primeira vez em Portugal", em concertos a solo, de Lyra Pramuk, HeatherLeigh, Bendik Giske e Deena Abdelwahed, que se distribuem pelos palcos do Parque Aquilino Ribeiro e do Teatro Viriato.

“Sob o tema 'A Palavra e as Linguagens', não poderíamos encerrar da melhor maneira a nona edição dos Jardins Efémeros, com um concerto de Rui Reininho, acompanhado por instrumentistas soberbos, com quem apresentará o álbum, prestes a sair, '20.000 Éguas Submarinas'”, evidenciou.

Com este álbum, que o músico estreia em Viseu, continuou Sandra Oliveira - que o considera, “seguramente, um dos melhores senão o melhor álbum do ano, feito em Portugal" - Rui Reininho "marcará por certo um ponto de retorno a um futuro da sua carreira” que “o público estava ávido e desejoso” de ver acontecer, acrescentou a responsável.

O Teatro Viriato é palco de espetáculos híbridos como Territoire Éphémères, da compositora, bailarina Dasha Rush, com a colaboração do bailarino Valentin Tszin e com o artista digital Alex Guevara. As quatro apresentações culminarão com a peça híbrida "NKSI", sob a direção de Gil Mac.

“Nós preparámos toda a programação de forma a que não haja picos de loucura, de forma a promover o encontro de pessoas saudavelmente, sem histerias. E o facto de podermos prolongar os concertos até à meia-noite de forma segura, permite trabalhar ainda melhor” esse aspeto, sublinhou.

Na área das Artes Visuais, João Louro, João Pais Filipe e Marco Franco e Joana Pestana, entre outros artistas, marcam um programa que conta com a participação de 18 projetos expostos em diversos locais, linguagens e formatos.

Na área do som, continuou a responsável, há 24 projetos que incluem quatro espetáculos híbridos e duas residências artísticas no Teatro Viriato, a destacar-se a dupla Bill Fontana e Pedro Rebelo e uma outra composta por Suso Saiz e André Gonçalves.

“Na chamada de artistas sonoros emergentes, verificámos 71 candidaturas, o que nos permitiu constatar que a nova música feita em Portugal é vibrante e diversa. Os seis projetos selecionados são de Odete, Ece Canli, Bleid Candian Rifles e Mad Nomad”, divulgou.

Sandra Oliveira disse ainda que Nuno Veiga, Fitas Magnéticas, Galadrop e Marco Franco são outras presenças de artistas portugueses que vão apresentar em Viseu novos trabalhos.

“O serviço educativo, peça estruturante na consolidação de novos públicos, que valorizamos e reforçamos, conta com 143 sessões e 1640 vagas. A Casa do Sonho - Serviço Educativo para a Infância, preparou 112 sessões, disponibilizando 1331 vagas. Já nas oficinas para adultos - Oficinas Gerais - criaram-se 31 sessões com um total de 309 vagas”, contabilizou. 

Na área do cinema, e sob o tema desta nona edição, a investigadora Isabel Nogueira programou quatro sessões ao ar livre, que propõem “uma viagem por vários universos da linguagem e da palavra, em sentido alargado, tais como, a dança, a música, a memória, a imagem, o experimentalismo, ou, inclusivamente, a própria impossibilidade da comunicação.”
Os "Mercados Efémeros" - "Mercado Indo eu" e "Mercado de Sons e Letras" e "Grão a Grão" - convivem num “espaço dedicado ao bem-estar físico e mental dos visitantes”, durante a realização dos Jardins Efémeros.

“O 'Mercado Indo Eu', promovido pela Junta de Freguesia de Viseu, não é mais do que a materialização da vontade de criar um espaço onde as pessoas [expositores não profissionais] possam trocar e comercializar artigos usados em bom estado, antiguidades e produtos vintage, ou de produção própria”, acrescentou.

Organizados pela Pausa Possível – Associação Cultural e de Desenvolvimento, os Jardins Efémeros são financiados pelo município de Viseu em 100 mil euros e pela Direção Geral das Artes em 60,9 mil euros, e contam com o patrocínio “muito importante” em géneros de outras entidades.

Na apresentação do programa do festival também marcou presença a presidente da Câmara de Viseu, Conceição Azevedo. Começou por dizer que “os Jardins Efémeros são, de facto, já uma marca de Viseu, da nossa cidade”.

Depois de ser adiado em 2020, “é com muito gosto que estamos aqui e voltamos a oferecer uma plataforma cultural multidisciplinar a todos os viseenses e também aqueles que venham visitar o nosso concelho”, refere, principalmente “num palco que nos é muito querido este ano, no Parque Aquilino Ribeiro”.

Por coincidência, “o nosso selo é Viseu Cidade Jardim, portanto, estamos num espaço verde e fará todo o sentido”, remata.