Filipa Jesus

14 de 05 de 2021, 18:15

Cultura

O Diário de uma República que nos confunde o olhar

A companhia de Teatro Amarelo Silvestre está de regresso aos palcos, a 28 de maio, com a primeira edição do Diário de uma República

diário de uma república amarelo silvestre

As fotografias de Augusto Brázio e de Nelson D’Aires e os movimentos de Carla Galvão juntam-se em palco para nos fazer questionar o que vemos. À nossa frente, os limites do espaço desvanecem e há apenas fotografias a entrelaçarem-se com o próprio teatro. Levantam-se questões silenciosas e outras que nos fazem pensar. Escutamos a mensagem. Mas, que vemos na realidade?

A primeira edição do Diário de uma República, dirigida por Fernando Giestas, diretor artístico da Amarelo Silvestre, propõe a construção de uma perspectiva sobre o quotidiano de Portugal durante uma década, entre 2020 e 2030. São caminhos, ruas, pessoas, objetos, tudo. Veremos um pouco de tudo. O traço efémero do teatro ficará eternizado em fotografias que preencherão o espaço físico. Mas, também o psicológico.

É sentir que nunca vimos o que se manifesta. É também escutar com atenção e assimilar tudo o que nos dão. “As fotografias de Augusto Brázio e de Nelson d’Aires fixarão as imagens do real já imaginado Teatro. Serão as imagens da República”, pode ler-se numa nota da companhia de Teatro Amarelo Silvestre. Terão vida na sua forma mais pura. Prolongam-nos o olhar por temas diversificados. Nesta edição, falamos de Justiça, “entendida no seu sentido mais amplo: a justiça das leis, das relações, das construções, da natureza, a justiça do nosso próprio olhar”.

Além disso, é uma reflexão artística sobre o passar do tempo e que se prolonga até 2030. Outras temáticas serão abordadas, "a um ritmo de estreia de espectáculo nos anos ímpares, com exceção do último espectáculo, a estrear em 2030 como súmula dos quatro anteriores”.

A antestreia do espetáculo está marcada para dia 28 e 29 de maio, na companhia de Teatro Amarelo Silvestre, em Canas de Senhorim, seguindo-se a estreia no dia 10 de junho no Cine-Teatro Louletano, em Loulé, a 11 de novembro no Teatro Municipal Sá de Miranda, em Viana do Castelo, a 2,3 e 4 de dezembro no Teatro Feiticeiro do Norte, no Funchal e, o último em calendário, a 10 e 11 de dezembro no Teatro Viriato, em Viseu. No próximo ano, já está marcado para 22 de janeiro no Teatro Virgínia, em Torres Novas.