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14 de 04 de 2021, 09:43

Cultura

Polo Arqueológico de Viseu poderá ter o nome de Almeida Henriques

Proposta vai ser discutida quinta-feira em reunião da Câmara

almeida henriques viseu covid

A atribuição do nome de Almeida Henriques ao Polo Arqueológico de Viseu (PAV) vai ser discutida nesta quinta-feira (15 de abril) em reunião do executivo da Câmara. A proposta foi avançada pelo ex-vereador da Cultura, Jorge Sobrado.

Almeida Henriques, que era presidente da Câmara de Viseu desde 2013, morreu a 4 de abril, aos 59 anos, vítima de Covid-19.

Jorge Sobrado, que renunciou este ano aos pelouros da Cultura, Património, Turismo e Marketing Territorial, passando a vereador não executivo da autarquia viseense, justificou a sua proposta com o “papel indelével” de Almeida Henriques na criação do polo e de “um serviço municipal de referência para o património no concelho”.

“A dimensão do polo é inversamente proporcional à sua importância. É um pequeno serviço em tamanho, mas com um significado gigante”, disse Jorge Sobrado.

Na sua proposta, o vereador lembra que, no Dia Internacional dos Monumentos e Sítios de 2019, foi aprovado pela Câmara Municipal de Viseu, sob sua proposta, o regulamento municipal do PAV.

“Tal proposta e aprovação contaram, ‘ab initio’ (desde o início), com o apoio convicto e incondicional do então presidente do executivo, António Almeida Henriques, que havia inscrito o objetivo da criação de um serviço para o património e de um museu de história da cidade no programa de governo municipal Viseu Primeiro 2017/2021”, recorda.

A regulamentação, institucionalização e organização do PAV na Casa do Miradouro teve o parecer prévio favorável da Direção Regional de Cultura do Centro em março de 2019, “fruto de inúmeras interações havidas com esta entidade e a Direção Geral do Património Cultural”, que Jorge Sobrado diligenciou “sob o estímulo e a cobertura institucional e política” de Almeida Henriques.

Segundo o vereador, Almeida Henriques era o “responsável direto e exclusivo por viabilizar uma das condições ‘sine qua non’ para o reconhecimento do PAV pelo Estado central e designadamente das suas funções de reserva: a afetação integral da Casa do Miradouro ao serviço municipal”.

“É nesse contexto que, em 17 de maio de 2020, foram formalmente reconhecidas pela Direção Geral do Património Cultural as competências delegadas no PAV para a criação de uma Reserva de Espólios Arqueológicos, para fins de recolha, reserva, salvaguarda, inventário e investigação”, acrescenta.

Jorge Sobrado conta que, ao longo de mais de dois anos, foi “testemunha e beneficiário, enquanto vereador executivo, do empenhamento político e pessoal de António Almeida Henriques na constituição deste serviço municipal para a arqueologia”, que veio preencher uma “lacuna gritante no município de Viseu”.

O vereador considera que a institucionalização e operacionalização do PAV constituíram para a câmara e para Almeida Henriques “uma garantia regulamentar e técnica nos imperativos públicos de salvaguarda, gestão e valorização do património arqueológico (e não só) do concelho e para uma viragem positiva estruturada da atuação local neste âmbito”.

“Por outras palavras, um travão contra o desrespeito pela história do concelho e um acelerador para a sua investigação, classificação, reabilitação, divulgação e promoção”, sublinha.

No seu entender, “a missão inovadora do PAV, o seu modelo integrado disruptivo, a sua operacionalidade e atuais resultados interpretam e honram a visão e o empenhamento de António Almeida Henriques enquanto edil, em torno de uma nova e arejada política local do património cultural em Viseu”.

Jorge Sobrado espera que a sua proposta seja aprovada, de forma a honrar a “visão estratégica, compromisso inequívoco e importante legado” de Almeida Henriques “numa política de valorização patrimonial municipal e valorizando o PAV com a sua memória”.