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15 de 06 de 2021, 16:11

Cultura

Tom de Festa regressa com um conceito "nómada"

Festival organizado pela ACERT vai receber artistas e bandas oriundos de nove países. Espetáculos acontecem em várias freguesias. Evento decorre de 2 a 24 de julho

Apresentação do evento cultural da Acerta "Tom de Festa" em Tondela, com o António Jesus, José Rui Martins

Fotógrafo: Igor Ferreira

A ACERT vai voltar com a 30.ª edição do festival Tom de Festa, que vai ser este ano um evento “nómada”, de 2 a 24 de julho. O evento vai receber bandas e músicos oriundos de nove países para 12 concertos em todo o concelho de Tondela.

Além do espaço cultural da ACERT, os espetáculos também vão acontecer em três freguesias de Tondela ao longo de quatro fins de semana.

A 2 e 3 de julho, o evento passa por Lajeosa do Dão, junto às Termas de Sangemil. Mosteiro de Fráguas é o palco a seguir nos dias 9 e 10 de julho.

A ACERT vai acolher o festival “dentro de portas” no fim de semana de 16 e 17 de julho. O Tom de Festa, que deu “um salto no calendário” em 2020 face à atual pandemia, terminará em Ferreirós do Dão a 23 e 24 de julho.

O diretor da ACERT, José Rui Martins, revelou esta terça-feira (15 de junho) na apresentação aos jornalistas que o grande objetivo do Tom de Festa é o de chegar à região de Tondela no ano em que se comemoram os 40 anos de atividade da associação cultural.

“Queremos distribuir afetos por uma geografia mais alargada. A ACERT fez uma proposta ao Município de Tondela no sentido de criar um Tom de Festa que, por um lado, demonstrasse o interesse e a vontade firme de continuar e, do outro, fizesse celebrar os 40 anos da ACERT com aqueles que a têm feito crescer”, justificou.

José Rui Martins lembrou que as freguesias sempre tiveram um “papel preponderante” na construção da ACERT, “não só porque são elas que habitam este espaço durante todo o ano como é com elas que trabalhamos em projetos muito diferenciados”.

O diretor artístico revelou ainda que o Tom de Festa deste ano vai muito para além dos espetáculos e que cada freguesia irá apresentar uma proposta de iniciativas paralelas como visitas guiadas.

“Procuramos envolver as associações e não transplantar o Tom de Festa para as freguesias. Os locais escolhidos têm a ver com a visibilidade pública que queremos dar a esses mesmos espaços e as potencialidades que têm cada uma das comunidades”, justificou.

José Rui Martins lembrou que as medidas de confinamento impostas devido à Covid-19 levaram a que o movimento associativo das freguesias “se visse privado dos seus locais de encontro, onde podem promover as suas atividades”, que constituiu como o principal motivo para se avançar com uma edição descentralizada do festival.

Ilda Teixeira, produtora do evento, frisou que o Tom de Festa vai trazer para Tondela “um grande pedaço do mundo” e salientou a “aposta na diversificação musical e cultural” dos quatro fins de semana.

A 2 e 3 de julho, em Lajoesa do Dão, atuarão a espanhola Ana Alcaide “que trabalha muito sobre as raízes culturais de Toledo”, o grupo português Gooze que se inspiram na house music e os Havana 537 que prometem “ritmos caribenhos”.

No fim de semana seguinte, em Mosteiro de Fráguas, realizam-se concertos que vão “desde a música de inspiração tradicional, até à música mais contemporânea e até mais alternativa”, com Pao Barreto (Colômbia), João Pais Filipe (Portugal) e Milton Gulli (Moçambique/Portugal).

Já o Novo Ciclo ACERT vai receber Kanazoé Orquestra (Burkina Fasso) e os portugueses Aníbal Zola e Bruno Pernadas.

A encerrar o festival, no cenário de Ferreirós do Dão, poderão ouvir-se as sonoridades de Os Camelos (Brasil) e Rosa Mimosa Y Sus Mariposas (Portugal, Angola, Argentina e País Basco).

“Cada grupo marca pela sua diversidade, pela música que faz e pelo sítio de onde vem”, frisou Ilda Teixeira.

José António Jesus, presidente da Câmara Municipal de Tondela, sublinhou a importância de levar o Tom de Festa às freguesias, um “estímulo” para a revitalização do tecido associativo.

“Poderíamos retomar mais um Tom de Festa, convencional, com as regras e normas da DGS, mas entendemos que precisamos de criar estímulos para que o nosso tecido associativo se revitalize, depois de um período em que praticamente durante dois anos está sem atividade. Este Tom de Festa mais do que o retomar do ciclo é o revitalizar de uma comunidade e por isso nos posicionamos nesta parceria para levar o evento a outras paragens, sem perder a identidade de quem vai”, frisou.