Geral

29 de 03 de 2023, 12:30

Cultura

Três intérpretes de Viseu estão em Roterdão (Holanda) com a companhia Dançando com a Diferença

Companhia apresenta "Gabo", uma criação de Patrick Murys. Festival de artes analisa de que forma as artes participativas e inclusivas podem contribuir para um mundo melhor

Gabo

No próximo dia 30 de março, pelas 20H30, “GABO” sobe ao palco principal do International Community Arts Festival, em Roterdão
Na sua primeira apresentação além-fronteiras, “GABO”, a criação de Patrick Murys em coprodução com o Teatro Viriato, em Viseu, assume grande destaque na programação do festival holandês.
A 9ª. edição do International Community Arts Festival (ICAF), decorre entre os dias 29 de março e 2 de abril. “The Sound Of Change” ou, em português, “O som da mudança” é o título escolhido para o ano de 2023.

Partindo da vontade de analisar de que forma as artes participativas e inclusivas podem contribuir para um mundo melhor, o festival procura dar visibilidade a projetos e artistas das mais diversas zonas do globo, culturas e realidades.

Para Henrique Amoedo, diretor artístico da Companhia, “a participação da Dançando com a Diferença em Festivais como o ICAF é o reflexo muito concreto do trabalho desenvolvido ao longo destes anos em prol da normalização da representatividade de artistas com diversidade funcional no espaço cénico”.

Tendo estreado em dezembro de 2020, na sala de espetáculos do Teatro Viriato, a performance “GABO” é um elogio à feiura e à diversidade. Inicialmente pensada para ser apresentada ao público infantil e às suas famílias, explora conceitos como a diferença e a igualdade, o feio e o bonito, o aproximar e o afastar; que chegam aos espectadores através de Gabo, a marioneta, e dos bailarinos com ela em cena que questionam a sua própria realidade, os seus limites e o seu lugar num espaço de liberdade sempre movido pelo desejo de viver.

Com vista a desmistificar conceitos e preconceitos, através da educação, o criador e encenador Patrick Murys, o coreógrafo Romulus Neagu e os intérpretes contaram com a participação de várias crianças viseenses na primeira fase de criação desta peça que, nos últimos dois anos, tem viajado de norte a sul de Portugal.
Quando questionado sobre o significado que esta peça tem para si, Diogo Peres, um dos membros deste elenco composto por três intérpretes do núcleo viseense da Companhia, menciona: “é um sonho tornado realidade, algo inesperado. E poder levá-la a Roterdão provoca um sentimento extasiante, por vermos o nosso esforço reconhecido”.

Para além desta estreia internacional, a Companhia de dança inclusiva é um dos projetos convidados para orientar uma oficina enquadrada numa tarde em que decorrem diversos workshops. Entre as 13H30 e as 17H, no dia 1 de abril, Henrique Amoedo e os bailarinos Milton Branco e João Azevedo baseiam-se na máxima “Dançamos com o corpo e não apesar do corpo”, para dar a sua comunicação.