Carlos Eduardo

07 de 06 de 2023, 16:20

Desporto

António Silva marcou na APPACDM de Viseu um dos melhores golos da vida

Dezenas de jovens aguardaram pelo jovem futebolista do Benfica. O craque interrompeu as férias e distribuiu autógrafos, tirou fotografias e jogou matraquilhos. A assistir a tudo esteve a mãe do jogador. Ao Jornal do Centro, Rosa Silva falou de um António "traquina" que defendia os mais fracos, que adora bacalhau e que não parava de cantar nas viagens de família

ANTÓNIO SILVA APPACDM VISEU

Fotógrafo: Jornal do Centro

António Silva fez esta quarta-feira, 7 de junho, a alegria de dezenas de jovens que aguardavam o craque na APPACDM de Viseu. A viver o período de férias, o jogador do Benfica fez uma paragem na instituição social para transformar uma tarde de junho num dos episódios que aqueles jovens jamais vão esquecer.

O jogador de apenas 19 anos distribuiu autógrafos, fotografias e até alinhou numa partida de matraquilhos. A fila para estar perto de António Silva parecia não diminuir. Quando recebiam o tão esperado autógrafo, os utentes da APPACDM exibiam-no como se de um troféu se tratasse.

Ao longe, a assistir a tudo, estava a mãe de António Silva. Rosa não largava o olhar daquela ação solidária protagonizada pelo filho. Ao Jornal do Centro, disse não ter dúvidas de que "é uma obrigação participar em iniciativas como esta". "É importante dar a cara por estas pessoas cuja vida não lhes deu as mesmas oportunidades do que a nós", sublinhou Rosa Silva.

Puxando a fita atrás, Rosa lembra António Silva como uma criança "feliz, rebelde e dinâmica". "Não era tão reservado como é hoje. Era muito traquina", recorda.

E a provar as "arrelias" que deu aos pais, Rosa recorda alturas em que, enquanto criança e com uma bola nos pés, o risco de partir qualquer coisa em casa era grande. "Dava-me muitas arrelias. Partia peças dentro de casa com a bola. Hoje já lhe perdoei, aos filhos perdoa-se tudo", afiançou.

Enquanto conversávamos com a mãe de António Silva, a mesa de matraquilhos foi instalada no meio do átrio da APPACDM. Todos queriam ter a oportunidade de fazer equipa com o atleta do Benfica.

Na conversa com o Jornal do Centro, a mãe confessou ter sentido que "as coisas foram acontecendo naturalmente" na vida de António. Um jovem que, aos olhos da mãe, sempre foi muito sensível e preocupado com os outros. Especialmente, os mais frágeis.

"É muito sensível. Foi sempre assim. Sempre defendeu os colegas mais frágeis. Uma vez demorou muito a chegar ao pé de mim. Eu estava no carro e ele chegou muito agitado disse-me "houve um colega meu que bateu noutro e tive de ir ao diretor com ele porque isto não pode voltar a acontecer", relembrou.

António Silva fez este ano pelo Benfica 48 jogos. Afinal, como fica uma mãe ao ver um filho jogar futebol profissional ao mais alto nível? "No início sofri muito. O primeiro jogo, no Bessa foi muito complicado e o do PSG no Estádio da Luz, também. Vemos os jogos no Estádio porque é preferível sentirmos que estamos perto dele", adiantou Rosa Silva.

Fora dos relvados, Rosa revela que António Silva " tem uma ligação forte com Viseu". "Aliás, nós moramos cá e sempre que pode, vem. Ele tem um dia de folga e por um dia não vem cá. Mas pelo menos no Natal e no verão, vem cá uns dias", contou.

E na mesa de Natal, há algo que não pode faltar. "O António adora bacalhau, de qualquer maneira. Portanto, no Natal, não é surpresa ele comer bacalhau", revelou Rosa Silva.

No menu das curiosidades - dentro daquelas que podem ser contadas, eis um dos gostos de António que à maioria das pessoas talvez seja desconhecido: cantar. "Quando era mais pequeno ele tinha uma voz muito aguda. Entrava no carro e se andássemos 300 quilómetros, ele cantava durante 300 quilómetros", afirmou a sorrir.

Quem acompanhou de perto esta iniciativa foi Pedro Baila Antunes, presidente da APPACDM de Viseu. O responsável elogiou a postura de António Silva. "O que vemos aqui é um jogador de futebol fortemente sensibilizado para os clientes da APPACDM" , referiu.

Baila Antunes assinalou que o atleta do Benfica proporcionou aos jovens da APPACDM "uma interação muito humana, sensível e emocional". "Estes são momentos de pura felicidade", vincou o presidente da APPACDM de Viseu.
"É vital proporcionar bem estar e felicidade aos nossos clientes para, depois, fazermos outras coisas como autonomizar e capacitar", defendeu Baila Antunes.

A APPACDM presta apoio a perto de mil pessoas. Destas, 180 estão nas instalações da instituição. "Somos uma das maiores instituições a prestar apoio a deficientes a nível nacional e a maior IPSS do distrito de Viseu", concretizou Pedro Baila Antunes.

ANTÓNIO SILVA APPACDM VISEU

Fotógrafo: Jornal do Centro