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Faltam apoios que deem asas ao sonho. É assim em jeito de lamento que António Lucas, mestre de Lara Pessoa no Taekwondo Clube do Dão, de Penalva do Castelo, confirma a não presença de Lara Pessoa numa nova prova do circuito mundial de taekwondo.
Lara, de apenas 13 anos, apurou-se, chegou ao grupo dos melhores atletas competidores da modalidade, mas agora não estará nas próximas etapas do circuito mundial. No fim de semana passado, deveria ter estado na Estónia para uma nova prova do circuito. “Como é sabido, a Lara competiu no campeonato da Europa no ano passado. Levou-a a um patamar que a levou a querer mais e a treinar mais. A Lara trabalhou e o clube apoiou a ida do primeiro atleta formado no Taekwondo Clube do Dão ao circuito mundial da modalidade. Foi na Bélgica e a Lara alcançou um excelente resultado para quem se estreou. Ficou em nono lugar. Infelizmente notamos que, para a nossa realidade, começa a ser complicado termos atletas neste nível. Tínhamos uma calendarização para o circuito mundial. Não íamos às provas todas, tínhamos algumas provas estrategicamente selecionadas, de acordo com o plano de treinos da Lara”, confessa António Lucas.
As provas estavam selecionadas e o plano estava traçado, mas faltava o apoio financeiro que permitisse à jovem atleta ir além-fronteiras defender as cores do clube, de Penalva do Castelo, do distrito e do desporto português. “A data das provas aproximou-se e não tínhamos verba suficiente para a Lara ir a mais provas. Acaba por ser triste. Estamos a trabalhar muito. Temos noção de que somos de um concelho que tem a dimensão que tem. É factual que neste clube estamos a apontar a mais vitórias e sucesso desportivo. É pena quando está tudo feito não haver um empurrãozinho. Tínhamos duas provas este fim de semana na Estónia, não conseguimos estar. Tínhamos programado ir ao Open do Luxemburgo, em junho e também não vai ser possível. O tempo passa, conseguimos entrar no circuito mundial e não estamos a conseguir que a Lara chegue mais longe”, lamenta o mestre.
António Lucas confia que “as coisas melhorem”, e que passe a olhar-se para o taekwondo “como uma modalidade forte, com provas dadas”. “Muitas vezes, quando estamos à frente de uma modalidade, seja ela qual for, o desempenho e os resultados dependem de quem está a executar. Não é a modalidade que deveria definir se somos de primeiro, segundo, terceiro ou quarto plano. É o trabalho. É a dedicação que deve definir isso. E enquanto não houver uma perspetiva diferente relativamente ao que este clube faz há algum tempo com continuidade, assertividade e sucesso, vai ser difícil darmos o pulo”, ressalva.
O mestre no clube penalvense apela a que “acreditem em nós e invistam”. “Está visto que este é um investimento certo e não ir a estas provas é mau. A Lara está neste ascendente e iria custar-me imenso que parasse. Não nos é possível, financeiramente, cobrir as despesas. É pena”, remata. “Independentemente dos resultados que se venham a conseguir, acredito que seria um orgulho repetir a façanha de ir aos campeonatos da Europa e do Mundo e darmos alegria a todos os que gostam de nós. É com alguma mágoa que às vezes damos passos, mas se ninguém nos segurar… A Lara dá os passos, o clube, também, mas se não tivermos apoios…”, conclui António Lucas.
O Taekwondo Clube do Dão esteve recentemente com uma comitiva de atletas entre os seis e os oito anos no Campeonato Regional Kids. Os jovens competidores levaram para Penalva do Castelo três medalhas de ouro e uma de prata. “É um resultado bastante positivo. Acaba por ser um reflexo do que fazemos com os mais jovens do clube”, ressalva António Lucas.