Mariana Silva

16 de 04 de 2021, 13:10

Diário

Autárquicas: Garcez Trindade avança com ou sem o apoio do PS em Resende

Presidente da Câmara não desiste do último mandato, mesmo sem o apoio da concelhia que anda à procura de outro candidato

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“Se o Partido Socialista rejeitar a possibilidade da minha recandidatura, formalizarei uma candidatura independente”, é com esta certeza que nos deixa o atual presidente da Câmara de Resende.

Garcez Trindade, que cumpre o segundo mandato à frente da autarquia, diz não ver “qualquer razão” para não ser recandidato.

“Tenho recebido incentivos para que me recandidate de uma maneira ou de outra. As duas sondagens feitas até agora, uma feita pelo PS e outra pelo PSD, dão-me uma vitória larguíssima, mais de 50 por cento”, acrescenta o autarca.

Eleito em 2017, pelo PS, com 47,24 por cento dos votos, Garcez Trindade diz continuar “a confiar que as estruturas nacionais respeitem o princípio geral das recandidaturas dos presidentes de Câmara e dos presidentes de junta, uma deliberação que resultou da reunião da Comissão Permanente, em novembro, já para dar indicações para as autárquicas de 2021”, dando como exemplo Nelas, em que “foi seguido esse princípio”. “Falta agora decidir em Resende”, aponta.

Para o autarca, não há dúvidas de que as divergências com a concelhia se devem ao facto de “a determinada altura de 2018 ter despedido o meu chefe de gabinete, atual presidente da concelhia do PS, por traição”. “Está tudo dito”, conclui.



Concelhia do PS à procura de candidato

Depois de a concelhia política do PS ter votado contra a continuidade de Garcez Trindade à frente da Câmara de Resende, a estrutura tenta agora encontrar “um nome consensual” para candidatar à autarquia.

“Estamos a trabalhar em articulação com a Federação e à procura de um perfil e projeto para o concelho. No final do mês já devemos ter um nome para apresentar à concelhia”, avança o presidente da estrutura concelhia, que também já começou a contactar os candidatos às juntas.

Jorge Caetano mostra “total confiança” na Federação e acredita que o mesmo que aconteceu em Nelas não se vai repetir em Resende.

Sobre a eventual possibilidade de Garcez Trindade se candidatar como independente, o presidente da concelhia diz saber que “todas as candidaturas fazem moça e subtraem votos, mas que não serão significativos”.

“Fará mais moça ao PSD do que ao Partido Socialista”, conclui.



Federação junto da concelhia PS

Fonte da distrital do Partido Socialista diz que “estamos perante uma das maiores concelhias do PS do distrito. Uma das mais dinâmicas e ativas. O presidente já foi internamente votado e a sua recandidatura foi recusada”, recorda.

A mesma fonte lembra que “nos últimos 20 anos houve uma gestão certa por parte da concelhia, tanto é que ganharam sempre, portanto a Federação não vai imiscuir-se de uma concelhia destas”, garante.

“O partido tem muito peso em Resende e devemos ouvir os militantes, que são mais de 400. Estamos à espera de saber quem é o candidato. Creio que será alguém capaz de vencer as eleições em Resende”, acredita.

Quanto à possibilidade de Garcez Trindade avançar como independente, dentro da Federação a ideia é a de que o presidente “devia ser parte uma solução”. “Se avançar por retaliação, não me parece bem”, revela a mesma fonte.
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Fernando Silvério está “de volta à terra”, para tirar do poder o PS

Do lado do PSD, que há quatro anos escolheu Jaime Alves, presidente da Misericórdia local para candidato, a escolha desta vez recaiu sobre Fernando Silvério, ex-vereador na Câmara de Lamego.

O candidato laranja, natural do concelho, está, assim “de volta à terra”.

“É uma grande honra. Encaro isto com um grande sentido de responsabilidade, voltar à terra que me viu nascer e crescer. Espero estar à altura dos desafios”, afirma, acrescentando querer “fazer o melhor pelo desenvolvimento do concelho”.
O social-democrata diz que como ponto forte tem a capacidade de saber ouvir e de conseguir unir pessoas num mesmo projeto, “quer os que se identificam com os partidos, quer os que não identificam”.

Na corrida autárquica de há quatro anos estava também Anabela Oliveira, pelo CDS-PP e pela CDU António Alvelos.

Nas autárquicas de 2017, o PS teve 47,41 por cento dos votos, conseguindo quatro mandatos. O PSD obteve 42,02 % e os outros três mandatos.



Como votou Resende nas Autárquicas de 2017?

Há quatro anos, nas eleições autárquicas, o concelho de Resende reelegeu Garcez Trindade (PS) para presidente da Câmara. O autarca foi eleito com 47,42 por cento. Em segundo lugar ficou Jaime Alves, pelo PSD, com 42,02 por cento dos votos, em terceiro Anabela Oliveira, candidata do CDS, com 6,73 por cento e em quarto, com 0,71 por cento, António Alvelos, pela CDU.

Resende autarquicas e retrato do concelho