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13 de 06 de 2023, 15:19

Diário

Alcofra, Cambra, Campia e Queirã, em Vouzela, voltam a ter extensões de saúde

Reabertura das extensões de saúde foi uma das condições impostas pela autarquia de Vouzela para fechar processo de transferência de competências. Aumento de verba para obras no Centro de Saúde foi outro dos requisitos

As extensões de saúde de Alcofra, Cambra, Campia e Queirã, no concelho de Vouzela, vão reabrir. Esta foi uma das condições impostas pela Câmara Municipal para fechar o processo de transferência de competências na área da saúde.

“O que o município disse foi que só estaríamos disponíveis para receber as competências caso a resposta de saúde no concelho permitisse ter esta rede de proximidade, incluindo as extensões de saúde. Antes da pandemia estavam em funcionamento e com a pandemia fecharam, o que compreendemos. Mas, logo a seguir contestamos a não reabertura e por isso é que colocámos neste patamar de exigência de que só iríamos aceitar competências caso reabrissem as extensões”, explicou o autarca, Rui Ladeira.

A reabertura das quatro extensões, que abrangem cerca de quatro mil utentes, surge integrada numa proposta técnica que prevê a criação de uma Unidade de Saúde Familiar (USF) e irão funcionar numa política de marcação de consultas, com pelo menos 24 horas de antecedência. A ideia é que “médicos e profissionais se desloquem às extensões durante um período pré-definido. Estamos a falar de 15 a 20 consultas por semana e essa programação será trabalhada”, frisou Rui Ladeira.

A reabertura das extensões ainda não tem data, mas o autarca gostava que “por altura do verão já pudessem estar em funcionamento”.

“Agora depende da aprovação da USF, um processo que os profissionais apresentaram ao ACES [Agrupamento de Centros de Saúde] Dão Lafões, que agora farão a análise e quando for aprovada será posta em prática. Pedi celeridade, espero que ainda seja no verão e tenho feito a necessária pressão”, afirmou.

Rui Ladeira espera ainda que haja um reforço de profissionais. “A proposta da ARS [Administração Regional de Saúde] eram quatro profissionais, mas era insatisfatório, não era consentâneo com as necessidades e foi adequado. Passam a sete assistentes operacionais, quatro que já estão e mais três que serão contratados. Quanto aos médicos, o ACES e a ARS transmitiram-nos que enquanto há aposentações e não há reposições, o serviço será assegurado pelos restantes médicos até haver uma solução definitiva”, disse.

O autarca acredita que com a criação da USF o concelho passe a ser mais atrativo para os profissionais de saúde. “Com a aprovação da USF, como vai haver melhor remuneração para os profissionais, haverá maior atratividade de Vouzela para receber esses médicos em falta. Agora é preciso que o ministério tenha esses lugares previstos, para que no final sejam sete médicos, sete enfermeiros e sete assistentes operacionais”, explicou Rui Ladeira.

Verba para obras no Centro de Saúde aumentou
Outra das condições apresentadas pela a autarquia de Vouzela para avançar com a transferência de competências foi o aumento da verba para as obras no Centro de Saúde, um edifício com 30 anos.

Inicialmente o valor era de 260 mil euros, números que o executivo entendeu com insuficiente, subindo agora para cerca de 1,3 milhões de euros. Rui Ladeira espera que a obra esteja pronta “no prazo de dois anos e meio, três”.

“A proposta da ARS ao município de 260 mil euros era muito baixo relativamente à avaliação que o município fez com a sua equipa técnica, em que apontava para quatro vezes mais. Foi fechado o acordo com uma proposta a ser prevista no PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] de 1,3 milhões de euros”, esclareceu.