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03 de 10 de 2023, 17:38

Diário

Anuário: Quatro concelhos do distrito de Viseu entre os melhores a gerir o dinheiro

Segundo o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, Viseu é um dos piores distritos do país na independência financeira das autarquias. Documento foi apresentado recentemente e revela dados de 2022

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Fotógrafo: Jornal do Centro

Quatro concelhos da região de Viseu estão entre os 100 municípios do país com melhor eficiência financeira em 2022. Tratam-se de Cinfães, Mortágua, Penedono e Sátão, que também lideram o ranking de autarquias do distrito com melhor pontuação global no último Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses.

Segundo o documento recentemente divulgado, há menos municípios da região de Viseu no ranking da melhor eficiência financeira. O estudo de 2021 distinguiu sete concelhos do distrito (Carregal do Sal, Cinfães, Mortágua, Penalva do Castelo, Penedono, Sátão e Sernancelhe). De fora dessa lista continua Viseu, a capital de distrito.

Entre vários indicadores, o Anuário Financeiro dos Municípios também revela que Viseu é um dos piores distritos do país na independência financeira das autarquias. Está agora no 15.º lugar, com uma taxa de 27,1 por cento.

O índice de independência financeira avalia a capacidade de os municípios conseguirem obter receitas próprias, nomeadamente impostos e taxas, garantindo uma menor dependência das transferências do Estado. Entre os municípios com menor independência está Penedono com 12,6%.

Em Viseu, as receitas com os impostos aumentaram… mas o passivo também
Já o concelho de Viseu está no 33.º lugar dos municípios com maior receita cobrada, no valor de 74,6 milhões de euros, verificando-se uma subida de 4,2% face a 2021. A nível distrital, a receita sobe para os 413,6 milhões, mais 3,8%.

Um dos impostos mais cobrados pelas autarquias é, por exemplo, o IMI. Em 2022, as receitas em Viseu subiram 18,5% face ao ano anterior para os 13,8 milhões de euros. A capital de distrito ocupa o 30.º lugar da lista dos municípios com maior imposto cobrado sobre os imóveis.

Também na derrama (imposto pago pelas empresas), Viseu é o 24.º concelho do país com a maior receita, registando um aumento dos 2,7 milhões em 2021 para os 3 milhões de euros em 2022.

Por outro lado, no passivo, Viseu teve um aumento de 25% no montante exigível para os 35,8 milhões de euros, ocupando o 27.º lugar nacional. Segue-se Lamego, que está em 44.º lugar com 26,9 milhões, uma redução de 3,2% em comparação com 2021.

Penedono, Mortágua, Vila Nova de Paiva, Penalva do Castelo e Sernancelhe têm os passivos mais baixos do distrito.

Viseu é o município que gasta mais. Sernancelhe demora três dias a pagar
Viseu ocupa também o 31.º posto dos concelhos com maiores despesas, tendo a Câmara gastado 72 milhões de euros. E Penedono está no 30.º lugar dos que menos gastaram, dada a pequena dimensão do município, com apenas 8 milhões de euros.

Nas despesas com o pessoal, verificou-se um aumento de 7,7% em Viseu, que pagou 23,1 milhões de euros aos funcionários municipais. Por outro lado, Sernancelhe e Lamego estão entre as câmaras onde estes gastos têm menor peso na despesa total, com 23,9% e 25,4%, respetivamente. E Tarouca aparece como o quarto município do país onde se verifica a maior proporção, com 48,2%.

Sernancelhe também é um dos concelhos que demoram menos tempo a pagar aos fornecedores, com um prazo médio de apenas três dias no ano passado.

Por outro lado, Santa Comba Dão é o 4.º concelho do país que demora mais a pagar, com 108 dias. Aparecem ainda na lista Tondela (53 dias), Mangualde (41 dias), Vila Nova de Paiva (35 dias) e Lamego (30 dias).

No endividamento, Tabuaço regista o maior índice de dívida total do distrito (147,1%) e Cinfães o menor índice (9,9%).

Os critérios considerados para o ranking global do Anuário Financeiro referem a posição do município tendo em conta a conjugação do índice de liquidez, da razão entre o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e os rendimentos operacionais, do peso do passivo exigível no ativo, do passivo exigível por habitante, da taxa de cobertura financeira da despesa realizada no exercício, do prazo médio de pagamentos, do grau de execução do saldo efetivo, do índice de dívida total, do índice de superavit e dos impostos diretos por habitante.

O Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses é da responsabilidade do Centro de Investigação em Contabilidade e Fiscalidade do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (CICF/IPCA) e do Centro de Investigação em Ciência Política da Universidade do Minho, e conta com o apoio da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) e do Tribunal de Contas.