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18 de 09 de 2023, 15:55

Diário

Assembleia Municipal de Viseu exige "prioridade nacional" para obras no IP3 e IC12

Moção foi apresentada pelo Bloco de Esquerda. Todos os partidos votaram a favor, mas PSD deixou reparos

Assembleia Municipal de Viseu Lucia Vilhena

A Assembleia Municipal de Viseu aprovou esta segunda-feira por unanimidade uma moção apresentada pelo Bloco de Esquerda que defende obras no Itinerário Principal 3 (IP3) e no Itinerário Complementar 12 (IC12) com caráter urgente e de prioridade nacional, mas não sem alguns reparos por parte do PSD.

Lúcia Vilhena usou da palavra para reivindicar que, uma vez mais, a Assembleia Municipal de Viseu faça pressão junto do governo para que “as obras de requalificação e duplicação do IP3 tenham caráter de urgência, tendo em conta o elevado grau de sinistralidade da via, fundamental para a região, sem que existam alternativas viáveis”
Na moção exige-se ainda a “apresentação de soluções imediatas para a salvaguarda da existência de bermas de segurança que permitam a circulação de veículos de emergência nos locais com apenas uma via” e “apresentação de solução para as partes do traçado que, apesar da intervenção, ainda persistem troços em perfil 1+1 faixas e 1+2 faixas, de forma que a IP3 seja definitivamente com o perfil completo 2+2, que merece”.

A juntar ao IP3, a deputada do Bloco de Esquerda exigiu também a “conclusão do IC12 até à A25, na zona de Mangualde, essencial para uma solução de mobilidade na CIM [Comunidade Intermunicipal] [Viseu] Dão Lafões” cuja via atravessa.
O IC12 liga Canas de Senhorim, em Nelas, a Carregal do Sal e termina na saída do IP3, concelho de Santa Comba Dão, o que totaliza “21 km de estrada construída em perfil 2+2 faixas que iriam ligar à A25 em Mangualde”. 
“Os 22 km restantes do trajeto nunca foram construídos. Este itinerário complementar permitiria escoar trânsito, principalmente pesado, do IP3, além de ser uma forma de garantir o direito à mobilidade dentro da CIM da região de Dão-Lafões”, disse Lúcia Vilhena que exigiu igualmente que a Assembleia deve manifestar ao Governo “a vontade de continuar a ver todas estas soluções livres de portagens” e que o documento seja entregue a todas as entidades, inclusive aos municípios atravessados pelas vias.

A apresentação da moção, que faz uma resenha histórica das duas vias, desde os anos de construção a requalificações e promessas a moções e reivindicações já apresentadas, foi aprovada por unanimidade.
O presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas, reforçou as críticas ao Governo e admitiu que não sabe “o que é que se pode fazer mais para o problema do IP3 ser resolvido”.
Fernando Ruas, que também preside a CIM Viseu Dão Lafões lamentou a “falta de resposta do ministro para a solução apresentada” pela CIM para a zona de Santa Comba Dão.

Antes, o deputado do PSD Pedro Alves também usou da palavra para se manifestar a favor da moção, mas não sem antes apontar o dedo ao Bloco de Esquerda por ainda não haver IP3 com perfil de autoestrada. “Onde esteve a sua voz na altura em que o BE suportou o governo”, questionou para a seguir dizer que “deveria era estar a pedir desculpas”. “Antes de 2030 não haverá duplicação do IP3 e a culpa também é sua. Bem vinda ao mundo das reclamações, mas reclame primeiro de si”, disse Pedro Alves.