Filipa Jesus

15 de 06 de 2021, 18:33

Diário

Autarcas da região “em luta” pelo avanço das obras no IP3

Obras continuam num “impasse”. Presidente de Tondela fala em grande sinistralidade rodoviária e falta de separadores centrais

Petição pela requalificação compelta e adequada do IP3

Fotógrafo: Igor Ferreira (Foto de Arquivo)

Depois da colisão entre um veículo ligeiro e um pesado de mercadorias na conhecida “estrada da morte”, entre Tondela e São Miguel de Outeiro, os autarcas da região de Viseu não poupam críticas ao atraso das obras de requalificação no IP3 que, desde novembro do ano passado, “em fase de discussão pública” na Agência Portuguesa do Ambiente.

Ao Jornal do Centro, o presidente da Câmara de Tondela, José António Jesus, garante que a autarquia acompanha o processo do IP3 “há muito tempo e com uma maior incidência nos dois últimos anos”, num compromisso entre a Beira Alta, a generalidade dos autarcas da comunidade intermunicipal e o Governo.

Com o projeto num “impasse”, “temos feito sentir a preocupação para que ocorra com celeridade esta fase de discussão pública para que possa, de imediato, ser desenvolvido as peças finais do projeto”, refere, frisando que o primeiro troço a ser alvo de intervenção situa-se entre o nó de Treixedo, em Santa Comba Dão, e o limite do concelho de Tondela, “pelas razões que são conhecidas porque é aqui que ocorre a maior sinistralidade”.

O objetivo passa por avançar com “um projeto de duplicação integral de toda a restante área do IP3, sem portagens e com perfil de autoestrada”, depois da intervenção entre a zona de Penacova e a foz do rio Dão estar terminada. “O que mais desejamos, em boa verdade, é que seja concluída com celeridade esta fase de discussão publica, que possa avançar a concretização deste troço para que, de imediato seja lançado em concurso público. Esta é a nossa preocupação”, acrescenta.

O autarca defende ainda que "todos os prazos deveriam ser levados ao limite mínimo, não devíamos a protelar prazos, a garantir ainda mais o arrastar de uma questão que, aos olhos de todos, é visto como a obra mais importante no plano rodoviário nacional”, especialmente em relação ao troço que serve o concelho de Tondela porque “é aquele onde temos maior sinistralidade, onde não há separadores centrais, e onde é fácil duplicar o IP3 em perfil de autoestrada.

Também Leonel Gouveia, presidente de Santa Comba Dão, um concelho que também beneficia da passagem da estrada, diz que “o cronograma para a requalificação do IP3 está ligeiramente atrasado relativamente à nossa perspetiva”. Resta “pressionar (o Governo) no sentido de ver se conseguimos ganhar tempo relativamente àquilo que era o prazo previsto” para estancar os níveis de sinistralidade que têm sido constantes, nos últimos anos.