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Calor influencia o comportamento mas não é causa dos incêndios

 Calor influencia o comportamento mas não é causa dos incêndios
27.07.24
fotografia: Jornal do Centro
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 Calor influencia o comportamento mas não é causa dos incêndios
08.09.24
Fotografia: Jornal do Centro
 Calor influencia o comportamento mas não é causa dos incêndios

Como se prepara uma resposta tão complexa, em termos de incêndios, para a época mais quente do ano?
As alterações climáticas são uma realidade que coletivamente não poderemos ignorar e que importa ter na agenda do dia enquanto comunidades. As consequências com o passar do tempo são cada vez mais evidentes e gravosas, basta assistirmos ao que se passa um pouco por todo o Mundo em que os diferentes episódios assumem impacto na vida das pessoas dos territórios e da economia.
Disto isto, a preparação de uma época de incêndios faz-se todos os dias, pois são muitos os atores e intervenientes, desde agentes de Proteção Civil, municípios, freguesias, organizações do Estado, entidades privadas e o cidadão que, normalmente, é quem vivência de mais próximo os diferentes episódios.
Existe um trabalho de fundo que não é visível, desde a montagem do dispositivo, assente nos efetivos dos vários agentes de Proteção Civil, em que no nosso território assumem uma relevância o dispositivo dos Corpos de Bombeiros instalado em regime de 24 horas e a formação e capacitação dos seus elementos que decorrem em diferentes momentos.

Todo um trabalho que não começa no verão?
Hoje já se realiza preparação em matéria de formação ao longo de todo o ano, com disciplinas várias destinadas a Bombeiros do Quadro Ativo e Bombeiros do Quadro de Comando, sem esquecer as ações de treino operacional.
Estas ações não são exclusivas aos bombeiros. Participam outras entidades com especial dever de cooperação e os agentes de proteção civil, que no caso importa referir para as pessoas que nos vão ler, onde se incluem os bombeiros, forças de segurança (GNR/PSP) e forças armadas, ICNF,  entre outras entidades.
Promovemos inúmeras ações preparatórias e de sensibilização em diferentes temáticas onde incluímos esta dos Incêndios Rurais, tendo como parceiros a Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões,  os municípios, juntas de freguesia, entidades cooperantes, destinadas a diferentes público alvo, como são os exemplos da comunidade escolar, IPSS, organizações comerciais, habitantes de aldeias isoladas, parques industriais, privados e muitos outros agentes com objetivo de sensibilizar,  preparar e alertar sobre formas de evitar comportamentos de risco.
É um trabalho de grande complexidade que na maioria dos meses não é visível,  mas está em marcha no terreno com um conjunto de entidades e equipas, assumindo expressão, relevância e maior visibilidade com as ocorrências de incêndio nos meses de maior empenhamento operacional durante o Verão.
Mas a atividade de socorro e proteção civil não se resume a incêndios rurais, apesar de grande mediatismo e horas de cobertura pelos media, continuam a existir emergências médicas, acidentes, transportes de doentes, incêndios industriais, incêndios urbanos, quedas de estruturas e tantos outros tipos de socorro e assistência à população aos quais damos respostas e para os quais temos que estar igualmente todos preparados.   

O sistema que temos garante segurança e capacidade de lidar com os dias quentes que se prevêem?
O nosso atual sistema permite lidar com os dias mais quentes, até porque não é o calor o causador de incêndios, este influencia o seu comportamento mas não é a causa. Importa que sejamos todos conscientes e isso não acontece com a disciplina que gostaríamos, pois por vezes efetuam-se determinadas atividades ou comportamentos de risco que seriam evitáveis.
Temos emitido um conjunto de recomendações com distribuição de literatura a circular nas redes sociais e nos meios de comunicação social, campanhas diversas de sensibilização para diferentes riscos e realidades,  onde incluímos especificamente os incêndios rurais.
Já no início desta semana foram reforçadas campanhas nas televisões, jornais, rádios e redes sociais. A questão não está na ausência de medidas,  mas sim no seu cumprimento por parte das pessoas.
Se por um lado existem cidadãos muito esclarecidos e respeitadores das recomendações ou proibições, outros existem que nem sempre as seguem e dessas ações e comportamentos  podem, por vezes, resultar incêndios.
Sobre o nosso sistema, importa referir que qualquer sistema tem limites e o nosso não é diferente dos outros. Genericamente responde aos eventos, mas obviamente que importa ter presente que é diferente responder a um número normal de ocorrências ou a um número anormal de ocorrências bem como diferenciar a sua simultaneidade. Portanto, a melhor resposta e aposta é sempre a prevenção e não a reação, enquanto ação exclusiva.

Especialistas apontam para aumento das temperaturas muito acima do normal em Portugal e que estão criadas situações para ocorrências de incêndios florestais. Para situações excecionais há medidas também excecionais? Quais?
Temos assistido a variações abruptas do estado do tempo com ciclos mais longos ou mais curtos de duração, mas as alterações estão aí e nós temos que pensar enquanto país e enquanto cidadãos que deveremos dar importância a esta realidade e tentar estabelecer medidas mitigadoras.
Não vou especificamente referenciar as medidas excecionais, mas como em muitas outras áreas, permita-me referenciar uma que devemos começar a tratar como um bem essencial e excecional que é o uso responsável da água. Se nos interrogarmos sobre a sua gestão e os nossos comportamentos facilmente chegaremos a conclusões. Numa parcela do mundo vive-se em harmonia com água e do outro lado do mundo temos povos que se movimentam em busca de novos territórios,  onde possam sobreviver pela presença de água.
A gestão da nossa floresta e da nossa paisagem, sobretudo onde temos edificado, deve fazer-nos refletir enquanto comunidade, pela exposição, pelo abandono e pelo desordenamento que tem décadas e que se não fizermos nada de diferente, se não valorizarmos o território,  vamos continuar a ter episódios extremos, porque onde não há pessoas não há economia e onde não existe economia  não existe gestão. Julgo que isto é claro e óbvio, mas também de difícil resolução.

Quais são as zonas mais críticas na região de Viseu e como se pré-posicionam os meios?
Como sabe em matéria de Proteção Civil respondemos pela área afeta ao Comando Sub-regional de Viseu Dão Lafões, composto pelos seus 14 municípios.
Anualmente, é efetuada a publicação de um diploma onde são identificadas as Freguesias Prioritárias. Sem me concentrar exclusivamente nestas e não excluindo nenhuma outra, as zonas críticas para mim são todas as zonas onde temos incêndios e esta deverá ser a nossa linha de pensamento e de abordagem enquanto entidade e serviço do Estado. Temos as provas, as experiências e as vivencias que um incêndio por motivos diversos pode ter diferentes comportamentos em determinados momentos. Como país e como comunidades já o vivemos e experienciámos antes. Por estes fatores e outros que complementarmente se relacionam, o nosso foco coletivo – das agências e das comunidades – é de termos abordagens proativas, considerando que onde existe um incêndio existe um risco que deve ser combatido e mitigado.
O nosso pré-posicionamento de meios é analisado diariamente, sendo elaborado para responder a diferentes domínios. Por exemplo, no terreno estão diferentes atores como por exemplo: equipas da GNR, postos de vigia, sistemas de vídeo vigilância, equipas de Sapadores Florestais do ICNF, bombeiros, equipas dos municípios, equipas das juntas de freguesia, operadores privados de diferentes setores de atividade,  etc.

E como se organizam todos?
A nossa preocupação é ter estas entidades dispersas pelo território, mas a trabalhar de forma articulada e complementarmente para uma boa eficiência de meios e recursos sem olvidar os sistemas de partilha e comunicação uma vez que cada entidade tem o seu papel com competências e responsabilidades.  
No caso concreto julgo que a sua questão me é dirigida em relação a posicionamento dos meios de combate, neste caso a minha resposta é que o posicionamento é efetuado com base na análise de elementos diversos, mas com um objetivo sempre presente de que estes meios sejam posicionados de forma discreta para que se encurtem distâncias nos mecanismos de resposta, utilizando para o efeito locais referenciais e infraestruturas de diferentes entidades para essa finalidade. O dispositivo é uma força de resposta e para além de outras funções é assim que o gerimos em função da evolução dinâmica e das realidades e necessidades operacionais, projetando meios e recursos para pontos em que o objetivo é ter no local, no mais curto espaço de tempo,  uma entidade que concretize a primeira intervenção. Por isso, temos na nossa sala de operações e no terreno representantes de várias entidades que trabalham afincadamente com esses propósitos. Anossa preocupação é que todos possamos trabalhar de forma complementar e robustecer o sistema com eficiência e eficácia.

Quais são as tarefas – de maio a outubro – num comando?
As tarefas são as mesmas dos restantes meses, mas com um foco muito centrado na realidade e expressão que assumem os incêndios rurais que justificam um dispositivo especial para lhes fazer face e onde um comando tem igualmente, à semelhança das outras forças e entidades,  áreas muito específicas e objetivas de trabalho.
Aumentam os efetivos de recursos humanos e equipamentos na nossa esfera em regime de permanência e durante 24 horas, os meios aéreos e as realidades de gestão são diferentes e obrigam a acompanhamento permanente, devendo tudo acontecer sem quebrar os mecanismos de resposta técnica e operacional a outros eventos.
Até porque, continuamos a trabalhar na área de segurança contra incêndios em edifícios, na análise de processos, inspeções extraordinárias e vistorias nesta área a diferentes tipologia de edifício, na área de formação dos nossos agentes de proteção civil e colaboradores na área do planeamento e ordenamento do território, estudos de impacto ambiental  entre várias outras áreas que não param por se tratar de época de verão.
A título de exemplo, temos especial atenção às necessidade de elevação dos estados de alerta especial para as forças do dispositivo, para a emissão de avisos à população, para difusão de informação meteorológica articulada com o IPMA, antecipar medidas mitigadoras do potencial de ignição e de resposta operacional, envolvendo as forças de segurança, bombeiros, ESF / ICNF, Forças Armadas, municípios, juntas de freguesia e outras entidades.
Temos ainda outras tarefas como o acompanhamento das diferentes ocorrências e das suas necessidades ao nível da coordenação e articulação. Posso garantir que não temos tempos vazios, existe sempre que fazer, porque este processo é dinâmico, permanente e contínuo. Temos uma sala de operações que trabalha em regime 24 Horas, todos os dias do ano e o nosso objetivo é melhorar o nosso desempenho de forma a que o cidadão se reveja num melhor serviço público de todas as entidades com quem nos relacionamos.
 
Quando anda pelo região, ainda há muito a fazer na limpeza ou melhoramos? Há mais acessos para facilitar a entrada dos meios terrestres?
Como sabe apenas respondo pela área de Viseu Dão Lafões, embora tenha sido comandante Operacional Distrital cerca de 6 anos e sendo um profundo conhecedor do território que é diverso, irei centrar-me na minha atual área de competência administrativa que é a Sub-Região Viseu Dão Lafões.
O que é necessário fazer em matéria de limpeza florestal está à vista de todos. Importa que, conscientemente, assumamos que a solução não é de fácil resolução. Eu não serei certamente a melhor pessoa para falar sobre esta dimensão da gestão dos combustíveis e das limpezas. Reconheço que esta gestão não é absolutamente fácil independentemente de quem dela fale.
O território é diverso e as principais atividades em cada concelho são diversas. Temos locais que têm efetuado apostas na criação de novos acessos, temos locais onde se gere os existentes, cada caso terá especificidades diferentes.
Temos áreas de exploração florestal com boas acessibilidades e diversas opções e onde existe atividade económica, logo pessoas. E temos outras áreas onde a gestão não ocorre e onde não existe exploração e em que as coisas são mais difíceis.
Não fugindo à sua pergunta, é obvio que em determinadas ações de combate, não havendo acessos o nosso trabalho, sobretudo o dos bombeiros e agentes de proteção civil que atuam no combate, é condicionado,  tem impacto na gestão de operações de combate e de apoio, sendo condicionadora das estratégias a aplicar e dos resultados a obter nos diferentes níveis desta dimensão, seja o estratégico, o tático e o de manobra.

A ministra da Administração Interna já lhe disse que conta consigo no futuro?
Não é o momento para esse debate, tenho a certeza que estamos todos focados no desígnio nacional de evitar a ocorrência de incêndios e de aplicar as melhores estratégias para limitar os impactos dos incêndios na vida das pessoas, no património e no ambiente.
Sou um mero servidor do Estado que abraça os desafios e as missões que lhe são atribuídos de forma dedicada e apaixonada. Tento estabelecer sinergias com múltiplas entidades e agentes do território para que possamos servir melhor, para que sejamos mais fortes coletivamente e que possamos fazer o melhor para proteger o cidadão e o nosso país.

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