ETAR em Oliveira de Frades não funciona há três meses, denunciam Os Verdes

A estação de tratamento de águas residuais (ETAR) da Zona Industrial/Sequeirô, em Oliveira de Frades, não funciona há cerca de três meses e os esgotos estão a ser descarregados para o rio Vouga. A denúncia é do Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV), que alerta que esta situação pode afetar a qualidade das águas da Barragem de Ribeiradio.

O partido questionou esta quarta-feira (7 de junho) o Ministério do Ambiente sobre a situação que, segundo os ecologistas, já não é única. De acordo com o partido, que esteve nas imediações da ETAR no passado sábado (dia 3) depois de ter recebido várias denúncias, as águas “estão a ser rejeitadas sem qualquer tratamento”.

“No local é percetível que efluentes recebidos nem sequer chegam a entrar na ETAR, sendo encaminhados diretamente para o rio Vouga, contribuindo para acentuar a poluição das águas da albufeira da barragem de Ribeiradio”, referem os ecologistas.

O PEV acrescenta que a situação se agravou nos últimos anos, nomeadamente em 2021 e 2022, após ter sido detetado um excesso de matéria orgânica nas águas da albufeira e o aparecimento de algas sobretudo na zona de Sejães, onde são rejeitados os efluentes das ETAR de Sequeirô e de Oliveira de Frades. Esta última estação está “envelhecida” e “apresenta grandes debilidades no tratamento das águas”.

Agora, o partido quer saber se o Ministério do Ambiente tem conhecimento da situação, porque é que a ETAR está sem funcionar e para quando volta a ser ativada. Os ecologistas também querem saber se estão previstas obras de requalificação e se a Agência Portuguesa do Ambiente tem vindo a realizar ações de monitorização “no sentido de verificar a qualidade e os parâmetros da água rejeitada”. Os Verdes querem também medidas para melhorar a qualidade das águas em Ribeiradio.

O PEV lembra que tem questionado a tutela sobre a ETAR de Sequeirô há doze anos. A infraestrutura trata de efluentes que representam o equivalente a 15 por cento da população do concelho de Oliveira de Frades. Além dos esgotos domésticos, a estação também trata de águas vindas da Zona Industrial do Vilarinho, a principal área industrial de Oliveira de Frades.

Os ecologistas lembram que, segundo o Instituto Nacional de Estatística, Oliveira de Frades é um dos concelhos do país que apresenta piores indicadores ambientais na drenagem das águas e no tratamento das águas residuais, sendo que apenas 39% das habitações estão servidas pela rede de saneamento.

“A escassez da cobertura da rede de saneamento e as debilidades do tratamento das águas residuais constituem um atentado ambiental que compromete não só a biodiversidade e o equilíbrio ecossistema como também a própria qualidade de vida e saúde pública”, lamenta o PEV.