Carlos Eduardo

27 de 09 de 2022, 11:43

Diário

Feira de São Mateus bate recordes: mais visitantes e maior receita de bilheteira

2022 fica na história da Feira de S. Mateus como o ano com mais visitantes, bilhetes vendidos e de maior receita de bilheteira. Foi também a primeira edição com transações digitais de dinheiro através de pulseira. A aposta é para manter e a sustentabilidade é valor que veio para ficar. O objetivo é certificar a Feira Franca como o primeiro evento sustentável a nível nacional.

Apresentação números Feira

Fotógrafo: Jornal do Centro

Foi batido o recorde de visitantes da Feira de São Mateus. Na Feira Franca deste ano estiveram, ao todo, um milhão, 271 mil e 848 pessoas. Até agora o recorde era de um milhão e 200 mil visitantes. Em média estiveram, por dia na Feira, 25 956 pessoas.

Na edição mais longa da história da Feira Franca foi ainda conseguido um aumento no volume total de vendas - na ordem dos 40%, sendo que 25% dos bilhetes foram vendidos online. "Para nós é uma grande satisfação porque, na escolha do cartaz, fomos ao encontro daquilo que era a expectativa da comunidade", referiu Pedro Alves, presidente da Viseu Marca, entidade que organiza a Feira.

Os números foram apresentados esta manhã em conferência de imprensa que juntou o presidente da Viseu, o presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas e Leonor Barata, vereadora da Cultura no município.

Pedro Alves detalhou que, no dia com menos público na Feira, estiveram no recinto 5 mil pessoas. "Foi um dia de muita chuva", explicou o presidente da Viseu Marca. Em sinal contrário, o dia com mais visitantes, que foi o da inauguração do certame, estiveram na Feira cerca de 60 mil pessoas.

Quanto aos concertos, o mais assistido foi o de Fernando Daniel, a que se seguiu, de próximo, o de Kevinho. Desafiado por alguém na assistência a fazer mudanças quanto aos concertos infantis, Pedro Alves promete que na próxima edição não irá acontecer o que se passou no concerto de Luccas Neto. Fernando Ruas antecipou-se a Pedro Alves referindo que "dava uma solução que era mudar os pais". O presidente da Viseu Marca descreve o episódio "como uma aprendizagem", ressalvando que "o que a direção retirou deste espetáculo é que tem de haver uma regulamentação do espetáculo infantil".

"Nós não temos autoridade para mandar sentar ninguém. Podemos pedir e as pessoas acatam ou não. Pedimos, solicitámos que tivessem este comportamento, as pessoas estavam sentadas no espetáculo, começa o espetáculo, levantam-se e, a partir daqui, a pessoa tem todo o direito a ficar de pé. Não podemos retirá-la do lugar. Percebemos que, para futuro, é importante que seja regulada a plateia e os adultos têm de perceber que, quando estão num espetáculo para crianças, têm de ter um comportamento que permita respeitá-las", defendeu.

O responsável pela Viseu Marca explicou que foi feita uma aposta no reforço da segurança. "Houve uma redução muito grande em termos das ocorrências de segurança o que é bom porque a Feira, cada vez mais, é um espaço seguro para as famílias".

Fernando Ruas usou da palavra para assinalar que "as pessoas vêm à Feira têm que, além da sensação, saberem mesmo que estão a ser acompanhadas. Conhecem um outro outro caso que foi detetado logo em cima. Recordo-me de alguém que perdeu a carteira momentaneamente e, logo a seguir, foi recuperada. Significa que o centro coordenador está atento e os cidadãos vêm muito mais à vontade quando sabem que não precisam de estar a olhar para o lado", exemplificou o autarca de Viseu. Para garantir a segurança no evento estiveram no recinto entre 34 a 88 operacionais, por dia.

Para manter na próxima edição está o sistema de pagamento através de pulseira recarregável com dinheiro. "Não houve da nossa parte uma imposição quer aos comerciantes, quer a quem entra. Mesmo assim, venderam-se mais de 25 mil pulseiras, com 38 mil transações. Dá-nos um bom indicador para o futuro. O processo de transição digital é irreversível e estaremos em condições para, a este nível, evoluir e modernizar a Feira de S. Mateus", ressaltou. Na edição deste ano, o consumo de água aumentou em 18%, mais 15% de cerveja vendida e foram vendidos mais 13% de sumos quando comparado com a edição de 2019.

A organização da Feira Franca refere que como apostas ganhas destaca-se o regresso do desporto ao certame, a captação de novos públicos usando as redes sociais e o gaming. Como decisão acertada, a Feira Franca elenca também o cartaz com artistas internacionais e o facto de ter sido o evento mais longo de sempre, que permitiu mais dias de negócio. "Os comerciantes não tiveram mais encargos. Nesta edição não fizemos nenhuma atualização das tabelas de preços: pagaram tudo ao preço de 2019. Tudo o que foi a mais foi assumido pela Viseu Marca e, com isso, os comerciantes tiveram um ganho significativo", frisou Pedro Alves.

A sustentabilidade é outro dos pilares que a organização da Feira quer manter ativo. Assinalando que foram vendidos mais 205% de copos reutilizáveis nesta edição em relação a 2019 e que, com isso foram poupados mais de meio milhão de copos de plástico, Pedro Alves projeta já para 2023 uma edição da Feira mais sustentável. "A Feira será um veículo extraordinário do ponto de vista pedagógico", anunciou. O desafio, assumiu o presidente da Viseu Marca, é certificar a Feira de S. Mateus como o primeiro evento sustentável a nível nacional.