Diário

Fernando Ruas garante que candidatura à cidade europeia do desporto não terá custos

Água e Barragem de Fagilde voltaram a dar que falar na Assembleia Municipal

O presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, assegurou esta sexta-feira, dia 23 de setembro, na Assembleia Municipal que a candidatura apresentada pela autarquia a cidade europeia do desporto em 2024 não terá custos aos cofres municipais. Viseu foi a única localidade portuguesa a concorrer para ser cidade europeia dentro de dois anos.

A garantia foi deixada pelo autarca do PSD após a oposição PS, pela voz do deputado José Pedro Gomes, ter pedido explicações à maioria sobre quanto iria ser gasto com a candidatura.

“Ficaremos satisfeitos por seremos cidade europeia do desporto e não faço conta de pagar nada e isso deixa-me satisfeito. Nunca concorremos a nada a que tenhamos que pagar”, declarou Fernando Ruas.

A questão da água também voltou a dar que falar, com a deputada do Chega, Amélia Soares, a defender a urgência da realização de obras na Barragem de Fagilde, que em 2017 esvaziou.

Lamentando o tempo perdido na resolução do problema, Fernando Ruas afirmou que se a região não tivesse “tido sorte com o São Pedro”, o problema registado há cinco anos voltaria a repetir-se porque “as pessoas não fizeram nada” nesta matéria.

“Com esta administração é que se vai resolver o problema da água, não vamos estar à espera de nenhuma empresa, se calhar para meter amigos”, afirmou, acrescentando que só depois de concluído o estudo encomendado pela Agência Portuguesa do Ambiente é que a solução para Fagilde será encontrada.

A oposição criticou ainda Fernando Ruas por ter acabado com o desconto no tarifário de água e saneamento, criado pelo anterior executivo como forma de apoiar as famílias durante a pandemia.

O edil disse que o fim da medida já estava previsto e que não fazia sentido continuar com o desconto em tempos de seca, tanto mais que o ministro do Ambiente lhe tinha pedido ações concretas para reduzir o consumo de água.

Fernando Ruas aproveitou para anunciar que as piscinas municipais do Fontelo, encerradas há meses, abrirão na segunda-feira. O equipamento fechou no verão e não reabriu devido à seca, mas com o regresso da chuva o executivo decidiu reabrir as piscinas.

A deputada do PS Lúcia Silva confrontou o executivo com o caso de uma criança de cinco anos, portadora de deficiência, que na segunda-feira, no início das aulas, não teve escola por falta de uma funcionária que a acompanhasse, como determina a lei.

O presidente da autarquia garantiu que o caso ficou resolvido logo no próprio dia e lamentou que a socialista não se tenha mostrado preocupada com as crianças que frequentam o Centro de Acolhimento Temporário (CAT) da Misericórdia de Viseu, cuja valência poderá fechar em breve por dar prejuízo à Santa Casa.

A socialista “atacou” ainda o presidente da Assembleia, Mota Faria, por este não conduzir os trabalhos de forma isenta. “Gostaria que houvesse contenção”, pediu, depois de Mota Faria ter lamentado que nenhum deputado se tivesse referido ao problema do CAT.

Mota Faria, que nunca saiu do lugar de presidente da mesa para intervir, disse que não era isento e que tinha sido eleito para o órgão autárquico e escolhido pelos membros da assembleia para o lugar de presidente.

Já o deputado do PS Gonçalo Ginestal lamentou o fim da oferta de livros e cadernos de fichas para todos os alunos do concelho. O socialista quis ainda saber quantos alunos começaram as aulas no arranque do novo ano escolar e se o executivo tem alguma medida pensada para travar a redução do número de estudantes. Segundo o deputado da oposição, o concelho perdeu na última década mais de dois mil alunos.

O presidente da Câmara defendeu-se dizendo que Viseu foi um dos dois concelhos do distrito que não perdeu população, segundo os últimos Censos. Quanto à perda de alunos, Fernando Ruas disse que “havia uma solução fácil”.

“Era contratar tipo Fernando Medida (ministro das Finanças) dois mil assessores, com a obrigação de cada um fazer um filho. Isso era capaz de dar resultado por aquele valor, mas eu não tenho essa possibilidade”, sustentou, arrancando uma gargalhada dos deputados.