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01 de 10 de 2022, 08:08

Diário

Fernando Ruas quer cumprir mandato até ao fim e não afasta recandidatura

Um ano de mandato já está e o balanço é positivo. As obras “herdadas” para terminar, o Centro de Artes para construir e a certeza de que a Câmara Municipal de Viseu começa a ficar à sua imagem. Fernando Ruas, presidente da autarquia, conhece bem a casa onde esteve 24 anos e onde já não voltava há oito. O futuro? É risonho e pode terminar em nova candidatura

Entrevista a Fernando Ruas

Fotógrafo: Igor Ferreira

Um ano de mandato. Que balanço faz deste regresso a uma câmara que bem conhece?
É um balanço normal, sem grandes novidades, também sem grandes alterações. É verdade que conheço bem esta instituição, mas o funcionamento da Câmara que herdei não conhecia, estive ausente oito anos. Portanto, essa tem sido a principal atividade, adequar o funcionamento da câmara àquilo que é a minha conceção de gestão. Depois, é ir acompanhando as obras que estavam comprometidas e que são de grande alcance e lançar outras coisas novas, nomeadamente, lançar a preparação dos Centro de Artes que nos está a dar água pela barba, porque é preciso rever o projeto e estamos neste momento a querer recuperar o investimento que se fez. Uma operação que não é fácil, mas que está a andar. Há ainda algumas novidades como a operação que fizemos com a Quinta do Serrado e o resto é a gestão normal. Não tenho dúvidas que a câmara começa a ficar de acordo com aquilo que é a perspetiva que tenho do funcionamento de uma instituição municipal.

Que grandes mudanças fez?
Algumas coisas não são passiveis de mudanças, por uma razão simples: a organização de uma câmara é definida para três anos, no mínimo, e tenho que viver com a organização que estava. Mas, temos tido um outro tipo de preocupação como, por exemplo, a limpeza urbana e a pavimentação das ruas e isso é para continuar. Para ostentar o título da melhor cidade para viver temos que o justificar e, portanto, são este tipo de correções que temos vindo a fazer.
Mas, diria que o balanço de um ano, se é que se pode fazer um balanço de um ano onde só se executa 25 por cento daquilo que é a total duração, está dentro da minha expectativa. Há apenas uma novidade, o poder local está diferente, acho que as autarquias perderam iniciativa, criatividade, porque tudo está normalizado. Vejamos o que se passa no Plano Diretor Municipal, não tem quase nada daquilo que é a iniciativa do executivo, é uma coisa que está normalizada, a lei saiu e obriga a determinados passos, diria que é uma atuação que tentarei modificar junto dos órgãos com essa competência.

Em relação ao Centro de Artes do Espetáculo, para quando será uma realidade?
Estamos a recuperar o projeto e, ao mesmo tempo, temos que avaliar a aptidão construtiva dos terrenos envolventes que são o suporte e a contrapartida financeira que a câmara vai dispor, porque os terrenos foram comprados à CP e poderemos vender parte deles. Para já, não há apoios de fundos mas, naturalmente que vamos procurar a todas as fontes de financiamento.

Deste programa eleitoral que foi a votos, o que é que já conseguiu fazer?

Estamos a terminar obras que estavam do anterior executivo e consegui um grande avanço, a criação do gabinete de cidade que me está a dar um grande apoio nas candidaturas aos fundos comunitários e na gestão daquilo que serão os futuros espaços para o Centro de Artes.

Em relação ao futuro, quais os desafios para os próximos três anos?
Está muito bem definido: primeiro vamos concluir as obras de grande dimensão que estão em execução, como Mercado 2 de Maio, Centro de Mobilidade ou o Bairro da Balsa. Depois, vamos adequar e preparar o terreno para fazer o mercado definitivo, com a utilização da praça entre a Avenida António José de Almeida e a Avenida Alberto Sampaio e depois vamos dedicar-nos ao Centro de Artes. Se conseguirmos tudo isto, ficarei muito satisfeito. Outra coisa nova, e que não estava previsto, foi a candidatura às residências de estudantes, que é um excelente contributo para a requalificação urbana. Será na Rua do Gonçalinho, reabilitando três prédios devolutos e que são da câmara, será um três em um: requalificamos os prédios, instalamos estudantes e damos vida ao centro histórico.

Oito anos depois, já sentia saudades?
Toda a gente sabe nas condições que vim para a câmara, não é por prestígio, não é uma questão financeira, até ganho menos! Voltei pelo apelo. Na véspera de dizer que sim, disse sempre que não, mas depois houve coisas que me levaram a pensar de forma diferente e, neste momento, se soubesse quais as consequências faria exatamente a mesma coisa.

E podemos esperar que daqui a três anos, Fernando Ruas vai voltar a avançar?
Há muita gente que queria que eu antecipasse o meu fim, mas obviamente que não vou dizer isso. Cumpro o mandato até ao fim e sendo um cidadão como todos os outros poderei fazê-lo, ou não. Neste momento não sei, na altura logo se verá.