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29 de 07 de 2022, 10:13

Diário

Grupo Visabeira cresceu 32 por cento nos primeiros seis meses do ano

Grupo de Viseu já atingiu os 700 milhões de euros de vendas entre janeiro e junho deste ano. Empresa admite fazer mais aquisições

Visabeira

O Grupo Visabeira continuou a crescer nos primeiros seis meses do ano. A multinacional sediada em Viseu, que faturou mais de 1.000 milhões de euros em 2021, cresceu 32 por cento em comparação com o período homólogo do ano passado. Segundo o presidente executivo Nuno Terras Marques, o grupo já atingiu os 700 milhões de euros de vendas entre janeiro e junho deste ano.

A administração prevê que, este ano, o Grupo Visabeira tenha “um aumento das vendas de mais de 20%”, enquanto o resultado EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) terá um crescimento “bastante menor”, mas ainda assim com uma evolução positiva face ao último ano, de acordo com uma entrevista ao jornal Expresso.

Segundo o gestor, as aquisições de empresas que o grupo de Viseu tem feito nos últimos tempos responderam por menos de um terço do aumento das vendas. O gestor assegurou que “muito pouco” dessa subida de faturação é atribuível à inflação, sendo que a maior parte é explicada pelo crescimento orgânico dos negócios do grupo que atua nas telecomunicações, no turismo e na indústria, entre outros setores.

A empresa de porcelana, cristal e vidro Vista Alegre Atlantis, que pertence à Visabeira e divulgou esta sexta-feira os resultados do primeiro semestre, atingiu os 67,8 milhões de euros de receita, indicando uma subida de 36,8 por cento face ao mesmo período de 2021.

A crise energética, agravada pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia, provocou um aumento dos preços do gás natural, levando a um “forte impacto na estrutura de custos da Vista Alegre, na ordem dos 485 por cento, face a 2021, levando o resultado líquido para valores negativos neste primeiro semestre”, revelou a Vista Alegre.

Nuno Terras Marques realçou também que, pela primeira vez, a empresa industrial teve mais vendas no estrangeiro do que em Portugal e disse que o recentemente anunciado apoio do Estado à indústria para compensar o aumento da fatura do gás é “totalmente insuficiente, admitindo que há a “possibilidade de haver uma redução do consumo”.

“Nós tentamos ser cada vez mais eficientes, encontrar formas de racionalizar o uso de gás, e estamos a conseguir fazê-lo. Estamos a consumir em algumas unidades menos gás do que no ano passado”, afirmou garantindo também que as fábricas não pararam de produzir.

O CEO do conglomerado de Viseu referiu ainda que a empresa admite fazer “mais algumas aquisições” ainda este ano. Nuno Terras Marques afirmou que o foco do grupo é o mercado europeu. “O mercado alemão continua a ser um mercado no qual estamos mais focados, mas o mercado nórdico também poderá ser um alvo”, acrescentou.

Além disso, o Grupo Visabeira ainda pondera colocar a empresa de infraestruturas de telecomunicações e energia Constructel na bolsa de valores, num plano que já é antigo, mas que nunca avançou. Nuno Terras Marques disse que cotar a subsidiária “vai depender dos mercados”, num “espaço temporal de três a cinco anos”.

O CEO referiu que, se isso acontecer, a Constructel poderá não estar cotada na bolsa de Lisboa, mas muito provavelmente nos mercados internacionais. “Nada está decidido, mas Londres, Paris, Amesterdão ou Frankfurt podem ser possibilidades”, afirmou.

A Constructel recebeu recentemente um investimento da Goldman Sachs Asset Management no valor de 200 milhões de euros e tem intensificado o seu crescimento através de compras de empresas. Só este ano, anunciou investimentos em Itália, na Alemanha e na Irlanda.

O presidente executivo da Visabeira disse ainda que vê mais oportunidades de investimento em Portugal, mas recusou entrar em detalhes. “Quanto a empresas que estejam em dificuldades económicas, o único país onde nós não teremos problemas em investir e fazer recuperação é em Portugal”, afirmou acrescentando que “uma coisa é fazer uma recuperação económica num país que conhecemos, outra é fazê-lo fora do nosso país”. “É muito difícil fazer a recuperação de uma empresa”, disse.