Micaela Costa

11 de 06 de 2021, 19:21

Diário

Moinho da Tia Micas já foi visitado por centenas de pessoas

Há 23 anos que o Moinho da Tia Micas é um Eco-Museu. Firmino Toipa recuperou o espaço com o objetivo de manter viva uma das grandes tradições de Vildemoinhos

MOINHO TIA MICAS_FIRMINO

Desde 1998 que o Moinho da Tia Micas, em Vildemoinhos, Viseu, já recebeu centenas de visitantes. Firmino Toipa é o responsável pela sua reativação. Nunca foi moleiro nem nunca teve moinhos, este “herdou-o” da sua sogra, mas a vontade de querer manter vivas as tradições trambelas, e de deixar esse legado aos mais novos, levou-o a requalificar o espaço que, inicialmente, tinha apenas as paredes.
Agora, o Moinho da Tia Micas Moleira transformou-se em Eco-Museu e é, como lhe chama Firmino Toipa, o tesouro de Vildemoinhos.
“Desde 98 para cá que já recebi centenas e centenas de escolas de todos os escalões, desde o infantário, até ao secundário e ensino superior e as universidades seniores, e aqui os mais antigos ficam radiantes com isto”, conta.
A funcionar há 23 anos, o Eco Museu Moinho da Tia Micas nasceu com o grande objetivo de homenagear as padeiras e moleiros de Vildemoinhos, onde chegaram a haver 43 mós em funcionamento.
“Fiz obras, recuperei o museu e transformei-o em Eco-Museu com dois grandes objetivos: homenagear todos os moleiros e padeiras de Vildemoinhos, que tão bom nome deram à terra e que tão esquecidos são, e, em segundo lugar, para transmitir às novas gerações as genuínas tradições de Vildemoinhos”, conta Firmino Toipa.
Há muito que o Moinho da Tia Micas recebe visitas mas mais recentemente, a partir do ano passado quando através de um projeto da Câmara foi possível recuperar os rodízios do Moinho, foi feita uma parceria com a Quinta da Cruz – Centro de Arte Contemporânea – e as visitas passaram a ser programadas de outra forma. “Com esta parceria começámos a ter visitas escolares e famílias. Estamos a trabalhar em pleno”, garante Firmino Toipa.
Agora, o moinho vai parar durante cerca de dois meses, por falta de água no rio, mas em setembro as visitas estão de volta.
“O Rio Pavia no verão é mais fraco, tem menos corrente de água e por vezes não tem força suficiente para por a mó a andar. Julho e agosto serão os meses que provavelmente o moinho estará parado mas em setembro voltamos”.
Apesar da paragem forçada, os responsáveis da Quinta da Cruz e Firmino Toipa estão já a pensar em outras formas de manter o Moinho da Tia Micas ativo, seja através de palestras no local ou outras iniciativas. Até porque, Firmino Toipa garante que de tudo fará para o manter a trabalhar.
“Se Deus nosso senhor me der saúde, e quero viver até aos 100 anos, quero o moinho a funcionar. Sempre.”

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