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24 de 11 de 2022, 10:57

Diário

Polícia Judiciária esteve na Câmara de Nelas e levou ‘vários documentos’

Autarquia garante ter colaborado com a PJ. Autoridades estarão a investigar contratos celebrados pelo anterior executivo

camara nelas

Vários documentos foram levados da Câmara Municipal de Nelas pela Policia Judiciária (PJ). As autoridades estiveram no município durante este mês para recolher um conjunto de informação, confirmou ao Jornal do Centro Joaquim Amaral, presidente da autarquia.

"A Câmara Municipal colaborou com as autoridades, facultando toda a documentação solicitada", garantiu Joaquim Amaral. O autarca disse ainda que a informação recolhida não é referente ao atual executivo, não se alongando em mais esclarecimentos.

Ao que foi possível apurar, em causa estão contratos de milhões de euros celebrados entre o anterior executivo e empresas, nomeadamente de construção.

A existência de problemas nas contas da autarquia não é novidade. Joaquim Amaral já tinha afirmado que iria solicitar uma auditoria e avaliação aprofundada das contas da câmara. No seu discurso de posse, em outubro do último ano, garantiu que a situação financeira do município seria “um tema central do novo executivo”.

O autarca explicou ainda que, neste momento, aguarda os resultados de uma sindicância solicitada pela autarquia.

Joaquim Amaral (PSD-CDS) foi eleito com 52,25 por cento dos votos, substituindo Borges da Silva (PS) que governou o município durante oito anos. O Jornal do Centro contactou o anterior autarca que diz não saber nada sobre a ida da PJ à autarquia que liderou.

“Soube como as outras pessoas, através de uma notícia. Não sei do que se trata, não sei se isso aconteceu, nem fui contactado sobre essa matéria. É a única coisa que posso dizer”, garantiu.

O caso surge numa altura em que a Polícia Judiciária também esteve em outra câmara do distrito de Viseu. Ontem, elementos da PJ estiveram em Resende onde fizeram buscas por "suspeitas de crimes relacionados com a violação de regras da contratação pública". Contratos celebrados entre o atual executivo, liderado por Garcez Trindade (PS), estarão na base das investigações da PJ.